quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Deu no Blog do Juca

A função do humor
Humor deve ser sempre de oposição.
Humor, antes de ser para rir, é para criticar, para mexer nas feridas, não para confortar, mas para incomodar.
Humor a favor não existe.
As reações à nota sobre o fogo olímpico são a melhor prova de que o objetivo da nota foi atingido.
E não deixa de ser engraçado ver o bairrismo aflorar, com citações desairosas a São Paulo, que é, no quesito violência igual ao Rio, embora uma cidade feia, nada maravilhosa.
Parece até que não vivemos todos no mesmo Brasil.
Aos que quiserem que leiam o que aqui publiquei quando o PCC parou Sao Paulo.
E aos que não sabem, saibam que perdi meu pai, Procurador de Justiça, num assalto à luz do dia, em frente à casa dele, em Sao Paulo...

14 de maio de 2006
Crônica de uma guerra anunciadaEu era criança na década de 50 e sempre que ia ao Rio de Janeiro, ainda de poucas e romantizadas favelas, já ouvia dos mais velhos que um dia as favelas desceriam. Desceram, e não é de hoje. Todos os sinais da guerra civil foram dados neste Brasil que pouco se importa em incluir os excluídos, a não ser para blindar automóveis e contratar seguranças particulares. O eixo Rio-São Paulo virou eixo do crime e faz quatro dias que a maior cidade da América do Sul vive em pânico. Quem paga é a população. Que paga seus impostos para ter, no mínimo, alimentação, educação, saúde e segurança. E pagam, também, os soldados da PM e os agentes da Polícia Civil, gente do povo, mal aparelhada, mal remunerada, e, ainda por cima, mal vista. Policiais que estão sendo mortos como se matam animais. Enquanto a classe política só dá exemplos de corrupção que acabam em pizza, as autoridades que pagamos para dar segurança revelam apenas incompetência e arrogância. Como se a questão fosse exclusivamente criminal, e não, essencialmente, social. A violência convive com a impunidade como se vê até nos estádios de futebol. Que fim levou o episódio no Pacaembu, na noite de Corinthians e River Plate? Quem foi punido? O Corinthians? O Pacaembu? Os que tentaram invadir? Rigorosamente, ninguém. E ainda temos que ouvir que está tudo sob controle. Está sim. Sob o controle do pânico. Já vimos este filme. Os mocinhos perdem e os bandidos ganham no fim. Mas nos restam duas atitudes: A primeira atitude é não esquecer dos terríveis dias que estamos vivendo em São Paulo quando formos votar.

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