sábado, 26 de setembro de 2009

Politizou demais






O governo Lula teve conquistas, mas o preço foi alto.


Politizou demais.


A indicação do Toffoli é emblemática. Indicado para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal ("STF") por ter sido advogado do PT.


Com apenas 41 anos, sem o menor preparo, chega ao tribunal máximo, que julga constitucionalidade de leis e atos. Absurdo. Foi indicado por mera conveniência, da pior maneira de se fazer política, de conchavos.


Um tribunal que já vai muito mal, ficará pior. E quem defende a indicação de Toffoli?


A raposa, o escroto, sucessor da podridão deixado pelo Nelson Jobim, que é o atual Ministro da Defesa do Lula, o Excelentíssimo Sr. Ministro Gilmar Mendes.


Outros temas demonstraram a politização nas medidas do governo, que não deveriam ter sido decididas da maneira que foram, sempre com um viês a esquerda, mesmo quando essa posição era inapropriada.


Battisti fica (me pergunto se fosse um ativista de extrema direita italiano, da mesma época, se o tratamento seria o mesmo). Os boxeadores cubanos vão. Agora, Zelaya na embaixada brasileira.


O elogio da ignorância que Lula prega, nunca me incomodou (confesso que o exagero desse discurso começou a me irritar nas últimas semanas). Aliás, sempre achei um nojo aqueles que o inferiorizavam pela ausência de curso superior.


Contudo, na virada de seu mandato, chego à conclusão que lhe faltou base, não política, nem ideológica, mas lhe faltou base ética e conteúdo para iniciar as mudanças necessárias para um Brasil democrático.


Ele tinha força política suficiente para fazer muito mais, e diferente, do que fez. Termina seu mandato apertando a mão do Sarney e apoiando o Zelaya, juro que não entendo aonde essa "esquerda" quer chegar.


Talvez, só não queiram sair do poder....


Adalberto



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Honduras, funduras - Alberto Dines




O nome viria das águas profundas da costa caribenha ou, mais provavelmente, do sistema de vales e montanhas onde o país se derrama. De qualquer forma, hondura em espanhol é profundidade, fundura, e no dicionário diplomático interamericano corre o risco de converter-se em sinônimo de um grande buraco.

A mais recente evidência deste perigoso poço onde podem despencar prestígios e tradições é o pedido do governo brasileiro à Espanha para intermediar a crise iniciada com o refúgio do presidente deposto, Manuel Zelaya, na embaixada brasileira de Tegucigalpa.

O Brasil entrega, assim, a honrosa posição de possível árbitro entre o governo de facto e o governo de jure que dividem Honduras, para tornar-se uma das partes do conflito. Há dias era cortejado pelos adversários, agora inapelavelmente envolvido, é obrigado a apelar à ONU para que a sua embaixada e, portanto, a sua soberania sejam respeitadas pela truculência dos gorilas que se abancaram no poder.

Nosso status no episódio mudou para pior. E, mais uma vez, por artes deste incansável estróina e trapalhão chamado Hugo Chávez, cuja compulsão de vangloriar-se o levou a assumir publicamente a responsabilidade pela transferência do presidente deposto para o seu país.
Zelaya, por sua vez, contagiado pelo parceiro ou também vocacionado para a fanfarronice, admitiu que a busca de abrigo em nossa embaixada na capital hondurenha era do conhecimento do governo Lula.
O Brasil consolidava-se como uma alternativa responsável à parlapatice chavista e agora entra na história como parceiro de mais um fiasco do dirigente venezuelano. Novamente a pressa, outra vez a afobação. Esta ansiedade para agarrar todas as oportunidades denota antes de tudo a ausência de um master-plan, fragilidade estratégica. Todos querem chutar em gol, mas a bola é uma só.

O veemente apelo para o fim do embargo a Cuba no privilegiado pódio da Assembleia Geral da ONU em Nova York, dias depois, ficou prejudicado pela esdrúxula e inconfortável reversão em nossa posição. Agora, somos nós a angariar simpatias e apoios em causa própria.

Como observou o analista Caio Blinder, agora “o cara” é Obama. Não será o presidente Sarkozy quem poderá obrigar Roberto Micheletti, presidente em exercício de Honduras, a interromper o cerco à embaixada brasileira. Nem José Luiz Zapatero, presidente do conselho da Espanha, a quem apelamos para mediar a crise.

O presidente Lula embarcou para os EUA preparado para colher triunfos e pode regressar de mãos abanando. Ou, pior, obrigado a agradecer a solidariedade norte-americana e o apoio recebido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Acossado por seus demônios íntimos e pelos que continuamente desperta à sua volta, o presidente Hugo Chávez não pode parar, necessita manter-se nas manchetes. Acrobata – apesar do peso – não consegue reprimir-se diante de um trapézio. Sente-se obrigado a dar o salto mortal.

O presidente Lula, ao contrário, é um hábil sobrevivente. Sempre soube preservar-se, expert em evitar desafios inúteis. Não havia motivos para esta aceleração. Tudo o favorecia tanto no plano econômico – crucial – como de prestígio internacional. As dificuldades preliminares na corrida eleitoral seriam facilmente contornadas se a equipe palaciana não abrisse tantas frentes simultâneas e acionasse tantos alarmes emergenciais. Agora, novas pressões serão inevitáveis. Lula será cobrado e Lula não gosta de ser cobrado.

A pequena e distante Honduras, quem diria, vai entrar em nossa história.

sábado, 19 de setembro de 2009

Capital do Mangue











Festival. Bandas. Ótimas bandas. Até jazz fusion. Conexão PE.








O ápice, Da lama ao caos, com a Nação e seus convidados.








Após um show impecável, a certeza de que o movimento Mangue Beat está mais vivo do que nunca. Apesar de Chico morto, a genialidade de Chico conseguiu se perpetuar e influenciar toda uma cidade que emana a cultura de Pernambuco.







Nas palavras de Lúcio Maia, e sua guitarra safada, ainda temos muita lama para se enlambuzar. Isso quer dizer que o movimento não se resume a essa nação e muito menos a essa música.






Dessa matéria, lama, surgiu o movimento cultural mais rico desde a tropicália. Nada se compara. Recife a capital do Mangue.








De onde eclode o rock, as alfaias, o peso das alfaias de muitas toneladas.








Adalberto








sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Da lama ao caos




Batisti


Ainda não li o resumo do que foi o julgamento do caso Batisti no STF, mas já está publicado no link anexo.


Quem quiser comentar o caso em botecos precisa dar uma olhada.


Adalberto




quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O fim da crise do Senado

Há um mês, pegavam fogo as discussões sobre a queda do Sarney. Da mesa do bar ao Congresso Federal. Ufa, passou! Quando o senador petista Aloizio Mercadante revogou o irrevogável, o Governo conseguiu o que queria: abafar o caso.

O também petista Eduardo Suplicy ainda chamou atenção. Ironizando, com um cartão vermelho em punho, e, logo depois, esbravejando, com o dedo em riste, para virar motivo de chacota entre seus colegas e na mídia nacional. Acabou ali.

A manchete de hoje do Estadão faz lembrar do maior absurdo dessa história toda: TJ declara juiz suspeito, mas mantém censura ao 'Estado'.

O tal juiz é Dácio Vieira. Ele proibiu o jornal de publicar reportagens sobre uma operação da Polícia Federal, que envolve Fernando Sarney, filho do hómi.

Ontem, no "dia internacional da democracia", Sarney discursou. E voltou a atacar a imprensa. "A mídia passou a ser inimiga do Congresso, inimiga das instituições representativas". Muito bem, então censure a mídia. Ah não, não precisa. Isso já está feito.

O mesmo Sarney disse que votaria a favor das restrições à Internet durante a campanha eleitoral. Depois recuou. A "mini reforma eleitoral" foi aprovada, e a web será palco de discussões livres, como nasceu para ser. Tá bom... O Estadão não está censurado? A imprensa também é livre, segundo nossa Constituição:

- é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

- é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

A crise do Senado acabou. A grande discussão dos últimos dias foi a reforma eleitoral. Daqui a pouco tem pré-sal. Depois vem o Natal e o Reveillon. Quando voltarem do recesso, os senadores não terão muito com o que se preocupar. É ano de eleição! Os candidatos à presidência do país e aos governos dos estados estarão em evidência.

Sarney vai ficar ali, escondido no Senado, atuando secretamente nas campanhas de seu interesse.

Parabéns, coronéis, vocês venceram. Outra vez! O Congresso continua a serviço de vocês...


João Santos

Deu no El País

O jornal espanhol ‘El País’ publicou um artigo essa semana sobre a corrida eleitoral no Brasil, o que acaba sendo um panorama do país. Começa falando sobre uma derrota do Lula e termina com uma vitória. Publicado em português no Uol. Link da entrevista com a Marina Silva aqui.

(J.S.)



16/09/2009

Marina Silva, a companheira que desafiou Lula



J. Arias e S. Gallego-Díaz Em Brasília

Os cuidadosos planos do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, para organizar sua sucessão em outubro de 2010, fazendo que sua escolhida, Dilma Rousseff, tivesse uma vitória arrasadora no primeiro turno, saltaram pelos ares. Toda a estratégia deverá ser revista por causa de outra mulher: a ecologista e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que passou para o Partido Verde e quase com certeza será candidata.

O anúncio de Marina Silva de que abandonava o Partido dos Trabalhadores (PT), no qual lutou durante 30 anos lado a lado com Lula, caiu como um verdadeiro golpe na política brasileira. Silva estava há um ano e meio em silêncio, desde que se demitiu do cargo de ministra do Meio Ambiente, convencida de que suas ousadas políticas sobre desenvolvimento sustentável na Amazônia eram boicotadas por outros membros do governo, especialmente pela poderosa Rousseff, chefe de gabinete de Lula (uma espécie de primeira-ministra na sombra).

O terremoto deve-se não tanto às expectativas reais de Marina Silva como ao fato de que introduz um forte elemento de incerteza. A peleja presidencial não será um duelo entre Rousseff, 62, e o governador de São Paulo, José Serra, 67, líder do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), como estava previsto, mas uma batalha mais aberta. Talvez se animem a participar outros candidatos que disputam no primeiro turno o voto de esquerda do PT.

Lula pareceu ignorar até agora a escassa popularidade de Rousseff - famosa por seu caráter forte e sua mão de ferro, mas pouco valorizada nas pesquisas -, talvez convencido de que seu enorme prestígio e seu amplo crédito político seriam mais que suficientes para inclinar, no momento certo, a balança eleitoral a favor de sua escolhida. Embora a proclamação de candidatos ainda não seja efetiva, e o PT prefira repensar as coisas, ninguém confia em que Lula dê seu braço a torcer e deixe cair a candidatura de sua chefe de gabinete.

A personalidade de Silva, 51 anos, negra, de origem muito humilde como Lula e com um forte sentido ético da política, torna as coisas muito mais difíceis. Sua chegada ao circuito eleitoral, com conotações que fazem lembrar a candidatura de Barack Obama nos EUA, pode desviar a atenção de muitos jovens, interessados em suas ideias ambientais. Silva, herdeira do mítico ecologista Chico Mendes, assassinado em 1988 por latifundiários da Amazônia, é também uma pessoa dotada de simpatia pessoal e um caráter dialogador, que obrigará a colocar sobre o tapete eleitoral a delicada questão do desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Lula não pode concorrer a um terceiro mandato segundo a Constituição brasileira, e embora conte com uma aprovação superior a 80% negou-se a promover qualquer mudança legislativa nesse sentido. O presidente desenvolveu uma política pragmática não só no campo da economia, mas também das alianças políticas, ao extremo de obrigar recentemente o PT a apoiar a continuidade de José Sarney, líder do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) na presidência do Senado, apesar das múltiplas acusações de corrupção que pesam sobre ele. O PMDB pode ser básico para reforçar Rousseff em um eventual segundo turno presidencial.

Se afinal é a economia que acaba decidindo muitas eleições, Lula ainda tem um importante trunfo nas mãos. O Brasil acaba de sair da recessão, com um aumento de 1,9% do PIB no último trimestre. As previsões de crescimento para 2010 são de 5%. Esse é o melhor sonho do ex-sindicalista que se transformou em um dos dirigentes mais populares do mundo: deixar o comando com o país crescendo. Lula havia profetizado que a crise no Brasil seria só uma marola. Na época ninguém acreditou.


Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

terça-feira, 15 de setembro de 2009

PLAP


A música. LP. Não o CD, muito menos o MP3. A competência humana não superou o LP. Quer dizer, com relação à qualidade do som, pelo menos, não.

Por outro lado, a internet e a música digital democratizaram a música, viva a Last Fm.

Um exemplo disso é o site do Pedro Luis e a Parede ("PLAP"). Eles mantêm disponíveis todos os seus discos em seu site. Ou seja, a própria banda quer divulgar sua música e sua arte, isso é óbvio.

A revolução musical do Radiohead colhe seus frutos a cada dia.

Vale a pena conferir.

Adalberto

SPFC

Efeito Soberania SPFC
14/09/2009 09:15
por Lanzita
O fato de o SPFC ser o soberano absoluto do futebol brasileiro e sem muita resistência rival fez com que alguns monstros fossem criados e algumas teorias fossem transformadas em "verdades". Este é, mais ou menos, o "Manual dos Quase-Argumentos" utilizados rotineiramente:
Anselmo 6-3-3 - http://juareiz. wordpress. com
- Antes de mais nada, VOCÊ PODE ELOGIAR O SEU ARQUI-RIVAL.
Isso mesmo.
Para tentar denegrir o irritante domínio do SPFC, virou comum adversários se abraçarem como se faz com os melhores amigos.
Tornou-se rotina ouvir corintiano ressaltando as qualidades dos palmeirenses e estes retribuindo os elogios. Vivem em uma completa harmonia nunca antes vista!
- "TÍTULOS NÃO MAIS SÃO IMPORTANTES" .
O importante é… é… é… bom, não interessa, mas título não é.
E o SPFC não passa de um Independiente, da Argentina. É isso.
E o legal é que esse argumento é eterno. Se em 2020, o SPFC tiver 15 brasileiros, 10 Libertadores e 10 mundiais, ainda poderá ser utilizado.
- "O SPFC NÃO TEM TRADIÇÃO".
Para um clube ter tradição, precisa ser antigo, ter títulos extintos ou ter tido um grande time na década de 60 (razões pelas quais Santos, Palmeiras e Botafogo têm tamanha tradição).
O FATO DE O SÃO PAULO TER TIDO UM DOS DOIS MELHORES TIMES DO BRASIL, quiçá o melhor, na década de 40 (o famoso "Rolo Compressor", pentacampeão estadual), fica totalmente inútil. Lembre-se que é preciso omitir este "detalhe", senão quebra-lhe as pernas.
E o fato de o SPFC ser, disparadamente, o maior clube quando se trata de Campeonatos Brasileiros, Libertadores e Mundiais (na seqüência, os três maiores campeonatos que um clube brasileiro pode ganhar) e ainda ter mais Campeonatos Paulistas, na média, também é irrelevante (afinal, título não é importante).
- "O SPFC NUNCA TEVE UM GRANDE CRAQUE".
Claro que não.
Leônidas da Silva – o inventor da bicicleta, artilheiro de Copa do Mundo, conhecido no Brasil como "Diamante Negro" e, mundialmente, como " O homem de borracha" – não faz parte do conhecimento geral então não conta.
Quaisquer jogadores de outro clubes, inclusive das equipes rebaixadas de Corinthians, Palmeiras e Vasco, é melhor.
Ignore essa lista de jogadores "razoáveis" que já vestiram o uniforme são-paulino e que, por acaso, tornaram-se ídolos do clube:
Gino Orlando, FRIAÇA, Renato Pé-murcho, CANHOTEIRO (o maior driblador que o Brasil já teve), CARECA, DINO SANI, Luizinho, Maurinho, ROGÉRIO CENI, Mirandinha, Müller, SERGINHO CHULAPA, Sidney, TEIXEIRINHA, Nelsinho, Jurandir, DE SORDI, BELLINI, FRIEDENREICH ("El Tigre"), Toninho Guerreiro, ZÉ SÉRGIO, ANTONIO SASTRE, Araken, GÉRSON, Mário Sérgio, Palhinha, PEDRO ROCHA, Pita, RAÍ, Silas, ZIZINHO, Chicão, ZETTI, WALDIR PERES, Pé-de-valsa, JOSE POY, Toninho Cerezo, DARÍO PEREYRA E OSCAR (conhecidos como a melhor dupla de zagueiros que já atuou por um clube brasileiro), MAURO RAMOS, Renganeschi, King, PABLO FORLÁN, Ricardo Rocha, Kaká, ROBERTO DIAS, Cafu, Leonardo, RUY, BAUER E NORONHA (que compuseram a mais famosa "linha média" do futebol brasileiro), entre outros…
Aliás, a constatação de o SPFC ser o clube que mais cedeu jogadores à Seleção, em Copas do Mundo, também não é importante.
- "TODO E QUALQUER TORCEDOR DO SÃO PAULO É MODINHA".
Na verdade, quanto PIOR for seu time, mais torcedor de verdade você é. Isso te faz ser chamado de "fanático". Se o seu time é bom, significa que você se deixou levar pela "moda".
Torcedores de Flamengo e Corinthians sempre são os mais fanáticos, não importa que não saibam quando o time joga, algo sobre a história ou se torcem para mais 3 times.
Eles sempre serão os mais fanáticos, segundo a Rede Globo.
Cabe a todos somente acreditar.
- "MÍDIA, QUE É BOM, O SÃO PAULO NÃO TÊM"..
Argumento brilhante que somente poderia ser utilizado por torcedores de Flamengo e Corinthians, mas, que com algumas adequações, pode ser usado até por torcedores do Mogi-Mirim.
Para um corintiano que se preze, o futebol é secundário.
O que adianta ter títulos se não passa na TV? Não é?
Isso sim é importante e motivo de orgulho. E o SPFC nunca está na TV, para um corintiano.
Aqui vale também exagerar um pouco, declarando que até Palmeiras e Santos têm mais mídia que o SPFC.
Se torcedores de outros times quiserem aproveitar este argumento, vale botar em prática o primeiro conselho, falando que o SPFC é campeão, mas na TV só passa o Corinthians. Lembre-se SEMPRE que elogiar um rival, para zoar o SPFC, tornou-se válido.
- "COMO UM TIME PODE SER O MAIOR DO BRASIL SE NEM RIVAL TEM?"
Completamente "coerente".
Esse argumento é um dos mais "difíceis" de serem batidos.
O Corinthians somente é grande devido à existência do Palmeiras e vice-versa, o Flamengo somente é grande pela existência do Fluminense/Vasco da Gama e vice-versa.
É a "verdade"…
O SPFC precisa de alguém para rivalizar, se quiser ser o maior time brasileiro.
- "O SPFC É O REI DOS VICE-CAMPEONATOS" .
O SPFC tem vices à rodo.
É penta-vice-brasilei ro e tri-vice da Libertadores, entre outros.
Ignore que, ao mesmo tempo, o SPFC é, também, o maior campeão em cada competição e que, ter muitos títulos e muitos vices, mostra o quanto o clube chega.
Aproveite para não mencionar que o SPFC, em sua história, teve 3 jogos considerados como de maior importância e, nestes casos, acabou vencendo os três.
Caso as tentativas acima, ligadas de alguma forma ao futebol, não forem bem-sucedidas, sempre apele para bobagens como, por exemplo, bambi e etc.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Deu no Blog do Juca

Do jornalista Marcelo Barreto, do Sportv:
"Bellini inventou o gesto de erguer a taça.
Carlos Alberto o de beijar a taça.
E o Dunga o de xingar a taça."

Enquanto isso no Brasil...

Não sei quem é, nem o que fez. Como não gosto de político, nenhum, como pressuposto, achei a notícia emblemática para o Brasil, com as ressalvas de que não comparo essa situação específica com a de políticos no Brasil, mas faço um exercício de abstração sobre em que situações um político Brasileiro ficaria preso por pelos menos uma noite por causa de corrupção.

Adalberto


-- Former Taiwan President Chen Shui-bian sentenced to life in prison after being convicted on corruption charges.
*Get more from CNN International*

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Um sorriso pela vida que levou - Hefner


Kassab no Dantena

Ontem* foi um dia de caos em São Paulo. O trânsito parou, milhares de pessoas ficaram desabrigadas e duas crianças morreram. Deu medo.

Hoje* ficamos todos apreensivos. Por sorte, a chuva não veio.

Comecei a escrever este texto por volta das 18h40, antes disso estava assistindo ao programa do Datena na Band. O prefeito Kassab era o convidado, no estúdio, ao lado do âncora. Em Itaquera, um link com uma moradora de um “barranco”, como ela disse.

Chega de mentira, você está mentindo, você só promete e não cumpre, nós não somos lixo! Aos gritos, essas foram só algumas das frases desferidas ao prefeito de São Paulo, ao vivo, na televisão, pela mulher, aparentando ter entre 50 e 60 anos.

No estúdio, Datena e Kassab trocavam elogios, entre perguntas e respostas. Alguns podem pensar que foi tudo pautadinho. Engana-se. Datena sabe o que faz, e o que pode fazer.

Kassab, em campanha, ficava estático, posicionado para a câmera. Sempre falando à lente que lhe foi disponibilizada, dizia lugares comuns do tipo: “acordo todo dia às cinco e meia da manhã, às sete estou trabalhando, e durmo sempre às onze da noite. O tempo todo trabalhando”. Patético.

Foi muito legal ver o “seo Kassab” ser chamado de mentiroso ao vivo, sem nenhuma possibilidade de edição que não fosse ser prejudicial para o programa. Legal, principalmente, porque ali estava muito claro quem estava falando a verdade, com um apelo mais do que sincero, e quem estava mentindo, constrangido, de terno, gravata e discurso pronto.

O Kassab mais uma vez demonstra ser um fantoche tucano, criado para servir ao Serra. Os trouxas acreditam ser esta a melhor solução, pelo menos derruba logo quem está no poder. Não sabem que o fantoche pode ganhar vida e se tornar um monstro, como nos filmes de terror, ou como em outros momentos históricos. Os fins justificam os meios.

João Santos

* Texto escrito ontem, 09/09/09

Comprei minhas vuvuzelas




Nilmar deveria fazer dupla de ataque com Luis Fabiano na Copa, assim como Bebeto e Romário fizeram em 94 sob o "comando" de Dunga.




Acho difícil. Mas, depois do jogo de hoje, talvez, o Dunga comece a acreditar que seja inevitável deixar os dois fora do time titular.




Dunga merece parabéns, pois atingiu com muito êxito o seu objetivo. Temos uma seleção brasileira, com identidade e garra. Só isso.




Adalberto




quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Domínio Público

Para quem gosta de literatura. A página mencionada entre os links provocadores possui obras completas de grandes escritores.

Vou começar a ler Esaú e Jacó.

Adalberto

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Hermanos


O Estudientes atropelou o Cruzeiro em pleno Mineirão, enquanto, no mesmo ano, a seleção brasileira goleou a Argentina em Rosário.
De um lado, temos o futebol que mais vezes foi campeão da Copa Libertadores da América (23 títulos contra 13 brasileiros).
De outro, a seleção mais vezes campeã do mundo (5 contra 2 da Argentina, sendo um roubado e outro do Maradona) e com uma quantidade incontável de craques e ótimos jogadores, representando o país em todas as edições das Copas.
Brasil e Argentina são a essência do futebol latino americano, muita rivalidade, muita pancadaria e futebol de muita técnica.
Graças a essa rivalidade, os hermanos não se cansaram de provocar a seleção brasileira antes da partida em Rosário, mesmo o Brasil sendo o favorito para confronto, que nunca tem favoritos.
Os torcedores mais fanáticos e desavisados poderiam pensar que o Brasil conseguiria fazer dois ou três a zero em cima dos hermanos, como fez.
Os torcedores que conhecem a história do clássico saberiam que qualquer coisa poderia acontecer, qualquer coisa.
Kaká, Luis Fabiano e a fraquíssima zaga da Argetina, favoreceram o Brasil.
Qualquer que fosse o resultado, me questiono sobre a arrogância e o medo que os argentinos desmonstraram antes da partida.
Não que a seleção brasileira não possua os mesmos sentimentos quando entra em campo contra a Argentina.
Entretanto, dessa vez, a seleção argentina foi além do medo, parecia um cachorro pequeno que latia, sem poder morder, um gigante que sabia onde queria chegar, na Copa da África do Sul.
Assim, o Brasil conseguiu a vaga para mais uma Copa.
Que o Dunga não se convença daquilo que não é, bom técnico. Que o Dunga mantenha o foco dos jogadores na bola. Que o Ricardo Teixeira fique bem longe da seleção.
Vou sair para comprar minhas vuvuzelas.
Adalberto

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Rumo ao tetra


A essa altura do Brasileirão do ano passado eu já ia a todos os jogos do São Paulo no Morumbi. Depois da traumática eliminação da Libertadores, o time já havia reagido e buscava o tri, que viria três meses depois.

Claro que isso me motivava a ir ao estádio, passar frio, calor, tomar chuva. Mas era um jogador que fazia com que cada real gasto e toda a energia desperdiçada valesse a pena.

Com o número 15 nas costas, ele era o maestro do time. Defendia, passava, lançava, atacava, fazia gols. Todos os requisitos de um craque.

Desde que o Luis Fabiano foi embora que eu não tinha tanto apreço por um jogador que vestisse a camisa tricolor.

2009 veio, e ele ganhou a 10. Camisa símbolo do futebol brasileiro e que não poderia ser de mais ninguém no maior clube do país. Estávamos todos satisfeitos. Porém, uma surpresa. Com a 15, o futebol foi embora.

Pois bem. Mais uma eliminação da Libertadores, desta vez em pleno Morumbi, e aqueles mesmos amarelões que um dia ousaram chamar Rogério de frangueiro e Luis Fabiano de pipoqueiro, entoaram o coro: vai tomar no cu.

Saiu um treinador, veio outro. Muita turbulência, e um ano que parecia perdido.

Eis que o cérebro são-paulino sai do coma alcoólico e a máquina volta a engrenar. Daí, meu camarada, é Schumacher com uma Ferrari na mão: não tem pra ninguém.

Como disse outra vez nosso eterno tri, e que agora veste, constrangido, o verde, o carro preto, vermelho e branco começou a crescer no retrovisor dos que estavam na ponta. Veio o susto, típico dos filmes do Jason nas indefectíveis sextas-feiras 13.

Foram nove jogos de invencibilidade, sendo oito vitórias – sete delas seguidas. Uma derrota para o Atlético-PR na Arena, onde jamais vencemos. E um empate sem gols num clássico decepcionante.

Em relação a resultados, nada de anormal. Mas houve uma perda irreparável. O camisa 10 se machucou e fica de quatro a sete jogos fora.

Façamos contas. Faltam 16 jogos para o fim do campeonato. Digamos, seis deles sem o 10. Mais uns dois pra pegar o ritmo de novo. Faltarão oito partidas. Dá tempo?

Nosso eterno tri comemora, agora do outro lado do muro. Sabe que a ausência de um craque no concorrente ao tetra o beneficiará.

Ficou difícil. Mas uma coisa me conforta: nunca um campeão brasileiro levou a Libertadores no ano seguinte.
Prefiro gritar “tetra” no meio de 2010.

João Santos

Pré-sal IV

Debate interessante. Entendo que a obrigação de se instalar a produção de bens para o Pré-Sal no Brasil é ótima. Por outro lado, a criação da nova Estatal ainda não me convence. Não com os políticos que temos.

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O mesmo jornal que publicou as matérias e Editorias mencionadas nesse blog, abaixo, tem a seguinte capa hoje:


Bens para o pré-sal terão de ser fabricados no país

Claudia Safatle e Cristiano Romero, de Brasília03/09/2009



O modelo de regulação da exploração de petróleo no pré-sal não comportará importações maciças

A empresa estrangeira que quiser fornecer equipamentos para a Petrobras terá de se estabelecer no país. O modelo de regulação da exploração de petróleo na camada pré-sal não comportará importações maciças. "Vamos fazer uma política industrial absolutamente clara para as empresas. Isso já está sendo preparado pelo BNDES e as empresas terão de ter conteúdo local", disse a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef.
Para Dilma, não há relação de causa e efeito entre o regime de partilha de produção, adotado no novo marco regulatório, e os indicadores de pobreza elevados nos países que optam por esse sistema.
Em entrevista ao Valor, a principal responsável pelas novas regras foi enfática: "É a política a responsável pelo empobrecimento dos países produtores de petróleo. É a importação a qualquer custo de sondas, equipamentos e navios, como fizeram no Brasil no passado. Quando chegamos ao governo, importava-se tudo da Coreia e de Cingapura. Havia, também, proibição para se investir em mais refinarias e petroquímica". E completou: "Vamos criar empresas aqui e criar empregos para os brasileiros".
A defesa do sistema de partilha, que é o cerne das discórdias em torno do modelo, está assentada inclusive no modo de inserção que o país poderá ter no mundo a partir do pré-sal. Na partilha, a União é a dona do petróleo, apropria-se de parte da renda da exploração e controla o ritmo da produção. Caberá ao governo "utilizar isso para fazer uma política de alianças internacionais, considerando o papel geopolítico do petróleo", assinalou. "Fingir que o petróleo não tem aspectos geopolíticos é absolutamente ingênuo. Falar que o mercado de petróleo internacional é o reino da livre concorrência é esquecer a invasão recente do Iraque, há mais tempo a estruturação da Opep e, um pouco mais recentemente, a forma como a Rússia trata essa questão".
A resposta aos que condenam o cunho nacionalista e estatizante da proposta é afiada: "Vejo que ele implica maior controle do Estado brasileiro sobre a sua riqueza. Nesse sentido, se quiser chamar de estatizante, que chame".

Pré-sal III

Governo dá guinada rumo ao monopólio do petróleo

As propostas do governo Lula para a nova lei do petróleo deslancharam uma batalha ideológica de magnitude semelhante à da privatização e abertura econômica no governo de Fernando Collor. As privatizações abriram um novo horizonte para a economia do país, assim como a exploração do petróleo nas camadas do pré-sal traz a possibilidade de uma mudança radical de qualidade no ciclo de crescimento brasileiro. O futuro está novamente em jogo e a campanha governista para sagrar o sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual a reestatização do petróleo é uma das peças importantes, não contribui muito para o esclarecimento do que está em disputa.
O ponto de partida do presidente Lula, de que a Petrobras só se tornou o que é a partir de seu governo, salva que foi das garras dos "exterminadores do futuro" do governo Fernando Henrique, é um exemplo claro de delírio de grandeza e incorreção histórica. A abertura no monopólio do petróleo e a profissionalização da Petrobras foram feitas pelo governo anterior e tornaram a empresa muito mais eficiente e produtiva. Coube à equipe de FHC reerguê-la após os horrores do aparelhamento de sua direção por Collor e Paulo César Farias. Os ares da concorrência revigoraram a estatal e lhe permitiram atingir o grau de respeito internacional que tem hoje.
Há objetivos polêmicos, mas defensáveis, na posição do governo, se o calendário eleitoral for retirado da equação do pré-sal. Esses objetivos se chocam com o modelo de concessão vigente, ainda que haja muita polêmica sobre isso. Com o pré-sal, o governo quer ter o controle absoluto do fluxo do petróleo (como a quantidade extraída e a exportada), de seu destino (a venda maior do produto refinado e menor do petróleo cru) e, em consequência, do imenso fluxo de dólares que advirá da exploração do pré-sal e que pode jogar a economia brasileira em uma predatória e aguda valorização cambial.
Esses procedimentos integram um projeto de política industrial e social amplo. Com a partilha, alegam membros do primeiro escalão, o governo teria mais condições de atrair a instalação de uma série de empresas de capital externo, em parceria ou não, para fabricar localmente parte dos bens requeridos pela grande cadeia produtiva do petróleo - petroquímica, indústria naval, bens de capital. Esses investimentos sustentariam uma etapa longa de expansão econômica, enquanto que o dinheiro do pré-sal permitiria acelerar gastos com educação, saúde, tecnologia e infraestrutura.
Há muitas dúvidas no ar. A proposta governista pode ter errado na mão até mesmo para atingir suas próprias metas. Não há necessidade de entregar à Petrobras a operação de todos os poços e, além disso, dar-lhe 30% de todos os consórcios. Desde a abertura de mercado, as grandes multinacionais do petróleo preferem ser ciceroneadas pela estatal no país e tornarem-se parceiras dela. Hoje, mesmo fora do pré-sal, não são muitos os poços em que a Petrobras não está presente. Como estabelece o projeto, as demais empresas petrolíferas tem só o papel de financiadoras de projetos, seriam compradoras de óleo que adiantam o dinheiro da exploração. Mais: teriam acima de si a Petro-sal, a nova estatal, que estará em todos os consórcios, com poder de veto.
Com isso, a atratividade dos projetos cai bastante. As empresas multinacionais, hoje satisfeitas nas parcerias com a Petrobras, podem pular fora se a "economicidade" dos projetos for muito reduzida. Com toda as tarefas que caíram em suas costas, dificilmente a Petrobras terá condições físicas e financeiras de executá-las. Ela precisará aumentar significativamente investimentos. Afugentar parceiros externos não é boa política.
E há os que acham, com bons argumentos, que é possível explorar otimamente o pré-sal sem que seja preciso mudar o modelo e voltar a um virtual monopólio da Petrobras. Eles acreditam que o avanço do controle estatal e o fechamento do mercado são um retrocesso que favorece atraso tecnológico, perda de produtividade, clientelismo, corrupção e empreguismo - e o passado da estatal chega a lhes dar razão. Há tantas questões decisivas em jogo, envolvendo o futuro da nação, que o prazo de urgência de 90 dias para aprová-lo soa como deboche.

Pré-sal

Regime de partilha é opção de regiões onde política é instável
A febre do petróleo não é nossa

O novo marco regulatório para a produção do pré sal ainda está longe de um consenso
Na última segunda-feira, o Governo divulgou a proposta para o novo marco regulatório aplicável à camada pré-sal e outras áreas estratégicas, que tem como base a adoção do contrato de partilha de produção, com a criação de uma nova estatal detida 100% pela União e com a garantia de posição privilegiada à Petrobras.
A escolha do regime contratual em países com grandes reservas de petróleo e gás é sempre foco de divergência política, com fortes repercussões para a população em geral. Os conceitos envolvidos nessa decisão têm acentuada complexidade, mas seus fundamentos são a criação de um sistema que maximize a apropriação, por parte do estado, das rendas advindas da exploração dos seus recursos minerais (chamado government take); que garanta certo nível de controle sobre a velocidade da exploração e a destinação da produção e, finalmente, que não prejudique a atratividade do modelo para os investidores privados. A pergunta que resta, portanto, é se a opção escolhida pelo Governo é a mais eficiente para a sociedade brasileira.
A resposta não é tão simples quanto parece. Diferentemente do que vem sendo dito no Brasil, não há relação entre modelo de contratação e risco geológico, ou seja, a existência de menor risco geológico não implica na utilização do contrato de partilha, ou do contrato de serviço, e na exclusão do contrato de concessão. Por outro lado, existe uma relação inversa entre risco geológico e government take, isto é, quanto mais certa é a existência dos recursos minerais, maior a fatia da receita decorrente da produção do petróleo e gás que deve ser destinada ao estado.
A escolha da forma certa de arrecadação dessa fatia pode significar uma bênção para a sociedade, mas também apresenta riscos. Alguns países ricos em petróleo e gás têm sido incapazes de promover o desenvolvimento de suas reservas e suas populações permanecem no aguardo dos benefícios resultantes da abundância desses recursos. México, Rússia, Síria, Venezuela, Equador e Bolívia, por exemplo, em anos recentes, sofreram queda no número de novas perfurações e praticamente não acrescentaram novas reservas aos seus portfólios.
Em sua versão tradicional, o contrato de partilha busca suprir a instabilidade política, sendo utilizado usualmente em países em desenvolvimento que não têm um arcabouço normativo específico para os setores do petróleo e gás, e cuja fragilidade institucional e falta de experiência legislativa não permitem sua criação. Nesses países, geralmente não existe um regime fiscal de petróleo estabelecido, o know-how sobre as atividades da indústria é incipiente e não há uma estatal de petróleo devidamente organizada, necessitando que todos, ou quase todos, os termos da relação entre estado e investidor constem em contrato.
Essa realidade não se aplica ao caso brasileiro e as razões levantadas para a aplicação do contrato de partilha pelo Governo são outras: aumentar a captação do government take; e reforçar o controle sobre a produção.
Ao contrário do que vem sendo dito no Brasil, contudo, o contrato de partilha não privilegia necessariamente uma maior captação do government take. As obrigações criadas pelo contrato de partilha geram custos que, de outra maneira, poderiam ser arrecadados como government take. Um exemplo, são os custos com a administração da nova empresa estatal, que poderiam ser economizados na inexistência desta. Outro, é a questão de bookable reserves. Uma vez que o investidor não pode contabilizar as reservas detidas pelo estado, o regime acaba se tornando menos atrativo e, portanto, impactando no government take que ele estaria disposto a suportar.
A escolha da Petrobras como operadora exclusiva do pré-sal também resulta em custos. O direito de operação dos blocos é similar ao controle de uma sociedade e, portanto, existe um preço adicional a ser pago pela sua aquisição, chamado control premium, o que não será cobrado da Petrobras, de acordo com os termos da proposta do Governo. Ademais, os investidores privados entendem que a burocracia governamental resulta em ineficiências para as operações e, por isso, poderão aplicar uma taxa de desconto no preço a ser pago pelo direito exploratório em função da parceria obrigatória com a Petro-Sal e a Petrobras.
Pesquisa realizada por um professor da Universidade de Dundee, na Escócia, dentre os países com melhor potencial geológico para exploração de petróleo e gás no mundo, aqueles que adotam o regime de concessão são os que têm em média o maior government take. Se correta, essa pesquisa questiona uma das premissas mais relevantes para o Governo.
O controle sobre a produção, por outro lado, é um ponto digno de análise mais profunda. De fato, a existência de uma estatal com participação no pré-sal pode conferir ao Governo poder direto sobre uma parcela representativa da produção nacional, sem possível intervenção de investidores privados, como pode ocorrer no caso da Petrobras. O Governo poderia, por exemplo, não vender sua parcela da produção e armazená-la como reserva estratégica. O compromisso com o conteúdo nacional, cujo controle é extremamente complicado, também é facilitado quando as compras são realizadas diretamente por uma empresa controlada pelo estado. Além disso, a existência de um operador único pode agilizar as negociações sobre unitização de blocos.
A questão é se as medidas propostas pelo Governo atendem a uma análise custo benefício, já que resultados similares poderiam ser alcançados por meio de regulação. Os custos da alteração no modelo serão inevitavelmente altos, iniciando pelo custo de oportunidade atrelado à demora nas discussões, passando pela instabilidade regulatória e finalizando com a complexidade na harmonização dos diferentes regimes dentro de uma mesma região exploratória. Cabe à sociedade tomar o melhor proveito e participar ativamente das discussões, buscando evitar custos ainda maiores, resultantes de decisões tomadas sem o devido embasamento econômico e, particularmente, jurídico. A ganância, em matéria de petróleo, nunca funcionou. A máxima deve ser sempre a de que o petróleo é nosso, mas a febre do petróleo não.
Giovani Loss e Marcelo Romanelli são Consultor do grupo de Projetos Internacionais de Petróleo e Gás de Fulbright & Jaworski LLP, em Houston, Texas, e Consultor Tributário da Deloitte LLP para área de Petróleo e Gás, em Londres, Reino Unido, respectivamente....

Pré-sal

"Eu sinto um retorno ao monopólio", diz professor
Sergio Lamucci, de São Paulo03/09/2009

O diretor do Centro de Estudos de Petróleo da Unicamp, Osvair Trevisan, faz várias ressalvas ao modelo proposto pelo governo para a exploração do petróleo da camada pré-sal, da troca do sistema de concessão pelo de partilha à definição da Petrobras como única operadora nos novos campos a serem licitados. "Eu sinto um retorno ao monopólio, e eu vejo os monopólios com restrição", afirma Trevisan, para quem o modelo escolhido pode inibir a participação no pré-sal de empresas petrolíferas estrangeiras. A questão é que essas companhias têm grande interesse em participar da operação, e não apenas de atuar no financiamento dos projetos.
Trevisan não vê motivos para a mudança do sistema de concessão para o de partilha. Para ele, o argumento de que a alteração ocorre para aumentar a transferência de renda para a União "não faz muito sentido". Pelo modelo de concessão, é possível fazer isso, bastando especificar um percentual maior da participação governamental no momento da licitação, diz Trevisan. Segundo ele, se hoje a União fica com algo entre 50% e 55%, poderia passar a abocanhar cerca de 70% nos campos a serem licitados do pré-sal, se eles tiverem realmente o potencial que hoje se cogita.
O professor da Unicamp lembra ainda que os países que adotam o sistema de partilha não são exatamente exemplos de democracia e de instituições fortes, como Arábia Saudita, Rússia, Venezuela, Nigéria e Catar, enquanto o modelo de concessão é praticado por países como EUA, Canadá, Reino Unido, Noruega e Holanda. "É um sistema mais transparente, em que as licitações são públicas", diz ele, para quem o modelo de concessão está funcionando bem no Brasil, com transparência, qualidade que pode faltar no sistema de partilha.
A definição da Petrobras como única operadora dos novos campos do pré-sal também desagrada Trevisan, que sente um cheiro de retorno ao monopólio no ar. Pelo novo modelo, a empresa vai comandar a cadeia de exploração e produção do petróleo no pré-sal, acredita ele. Para Trevisan, o Brasil já passou da fase em que um monopólio poderia se justificar, já que tem uma economia dinâmica e um parque industrial forte. "O monopólio não faz bem para a nação e nem para a Petrobras."
O professor da Unicamp diz que a concentração excessiva de funções nas mãos da Petrobras pode levar a uma participação mais tímida das empresas petrolíferas estrangeiras na exploração do pré-sal. "Acho que o modelo não chega a afugentá-las, mas pode inibi-las, porque elas gostam de fazer a operação em si, e não de atuar como financiadoras do projeto."
Como o investimento no pré-sal deverá exigir um volume elevado de recursos, é um mau negócio para o país se as grandes empresas do setor não tiverem uma participação mais significativa no empreendimento, avalia Trevisan. "É um dinheiro que o país não pode desprezar, pois será necessário muito capital para fazer a exploração." Como operadora única, a Petrobras vai precisar de um volume extremamente elevado de recursos. Para ele, hoje não é possível dizer se a capitalização da empresa, no valor equivalente a até 5 bilhões de barris de petróleo, que pode chegar a estimados US$ 50 bilhões, será suficiente para a empresa dar conta das tarefas que o o novo modelo lhe reserva.
Trevisan também faz críticas à forma de capitalização escolhida pelo governo. "O pessoal esquece que a Petrobras é uma empresa de capital misto", diz ele, observando que grande parte do capital da companhia é privado. "Haverá uma transferência de bens da nação [os 5 bilhões de barris de petróleo] para uma companhia." Dependendo dos termos da transferência, ela pode beneficiar as pessoas que detêm o capital da empresa, em detrimento de quem não tem nada. Outro problema, para Trevisan, é como se chega ao preço do barril para essa operação. Se o pré-sal tiver um potencial de fato muito grande, uma capitalização considerando um barril a US$ 10 ocorreria a um preço baixo, diz ele.
Apesar dessa ressalva, Trevisan não tem a mesma certeza dos integrantes do governo quanto ao potencial das reservas do pré-sal. "Eu gostaria que não houvesse nenhum risco, mas eles existem. Já houve perfurações de poços secos. Não dá para falar como se as coisas fossem certas e seguras." Por fim, o professor da Unicamp diz ainda que não ficou claro para ele qual será o papel da nova estatal a ser criada, a Petro-sal.
Em meio a tantas críticas, Trevisan diz que gostou da ideia da criação do Fundo Social, que vai receber os recursos do pré-sal e ser usado para atividades como o combate à pobreza e o desenvolvimento da educação. "A intenção é boa, de fazer uma reserva para as gerações futuras."

Limitação na internet

Querem bloquear a internet. Não poderíamos mais nos pronunciar sobre os candidatos à eleição. Mais um abusdo de um país que mantém a miséria por meio do controle da comunicação, vide Sarney no Maranhão.

Nunca é tarde lembrar que a telecomunicação clandestina é crime, pois pode influenciar outras ondas. Enquanto isso, cada igreja ou político tem um canal de TV ou estação de rádio, e a população não pode se comunicar de forma alguma. Agora, quem sabe, nem mais pela internet.

Só pode ser brincadeira.

Adalberto.

LEI Nº 9.472, DE 16 DE JULHO DE 1997.
Regulamento
Dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de um órgão regulador e outros aspectos institucionais, nos termos da Emenda Constitucional nº 8, de 1995.
Capítulo II
Das Sanções Penais
Art. 183. Desenvolver clandestinamente atividades de telecomunicação:
Pena - detenção de dois a quatro anos, aumentada da metade se houver dano a terceiro, e multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, direta ou indiretamente, concorrer para o crime.
Art. 184. São efeitos da condenação penal transitada em julgado:
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime;
II - a perda, em favor da Agência, ressalvado o direito do lesado ou de terceiros de boa-fé, dos bens empregados na atividade clandestina, sem prejuízo de sua apreensão cautelar.
Parágrafo único. Considera-se clandestina a atividade desenvolvida sem a competente concessão, permissão ou autorização de serviço, de uso de radiofreqüência e de exploração de satélite.
Art. 185. O crime definido nesta Lei é de ação penal pública, incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la.