sexta-feira, 31 de julho de 2009

A barba e o bigode

"Não é problema meu. Não votei no Sarney para ser presidente do Senado nem votei para ele ser senador no Maranhão"

Lula

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Sim, o Sr. não votou, é óbvio. Seu título de eleitor confere o direito de votar no Senador do Estado de São Paulo.

Além disso, apesar de imaginar governar o Brasil inteiro, ainda temos separeções no poder. Logo, você não poderia eleger o presidente do Senado, apesar que você elege os juízes do STF, responsáveis por julgá-lo em caso de deslizes, e do STJ.

Aliás, Sr. Presidente, ele foi eleito pelo Amápa. Não finja que é burro, sabemos, você não é. Apenas finge desconhecer o podre que o cerca, mas não adianta limpar as mãos, esse cheiro de merda não sai.

Não precisa se defender. A culpa não é sua de o Sarney ser Senador, você não poderia votar nele, como já disse, o que nem precisaria ser dito.

Entretanto, a culpa é sua dele continuar a disputar eleições e cargos tão importantes. Todos os políticos são responsáveis pela crise institucional que temos.

Todos. Sim, pois vocês são muito corporativistas e criaram uma "classe política" que existe de forma completamente segregada da população. Todos são responsáveis. Isso ficou claro nos últimos escândalos na Câmara e no Senado. Governam para si.

E você participa disso. Participa, pois o Sarney foi escolhido para ser o ponto de equilíbrio para o lançamento da candidatura da Dilma e a aliança do PT com o PMDB nas eleições de 2010.

Enfim, após dizer o óbvio, vamos adentrar no trecho mais perverso da frase. Com demagogia. Na tentativa de ressaltar a democracia, os políticos sempre se defendem com as urnas.

"Não, o povo terá o poder de decidir nas urnas, para que aqueles que erraram não possam voltar ao poder." (frase recorrente de um político pilantra qualquer, qualquer um mesmo, sem referência)

Tá. Sei. Me engana. O discurso do plesbicito. O discurso das urnas. Quando estamos diante de uma crise institucional como essa, esse discurso pode ser um sinal de demagogia, autoritarismo e personificação.

Falam das urnas, pois os políticos têm a certeza de que vão sair vitoriosos dela. De alguma forma vão conseguir o que eles querem com a "legitimidade" das urnas.

Até o mais estúpido sabe disso. Até o porra escroto do Hitler aprendeu isso (tentou dar um golpe, não conseguiu, foi preso e depois chegou ao poder como? Nas urnas), sabe que as urnas nem sempre são democráticas (a maioria é burra, Nelson Rodrigues).

O voto é apenas uma parte da democracia. Outra parte importantíssima na democracia são as instituições! Que vocês políticos botaram na lata do lixo!

Por isso, ao invés de falarmos das urnas, vamos falar em reforma política. Quando a reforma política vai sair?

As últimas propostas de alterações visam justamente o contrário, manter a classe política no poder, segregada da população e jogada na lama da corrupção.

Assim, os políticos brasileiros permanecerão mamando nervosamente na teta do estado, bulinando obscenamente a teta do estado, enquanto fazem dircusos maravilhosos sobre os princípios democráticos, como fez hoje o Sarney na Folha.

Adalberto

Bigode, um grande provocador

Texto horrível de nosso maior provocador. Não comento as idéias, pois estas são impossíveis de serem comentadas. Com relação às idéias, apenas a sentença. Estúpidas.

Agora, e o texto, então? Deprimente. Inúmeros citações que partem do nada para chegar numa tentativa de defesa. Ele não desmente as acusações, só mais um vez, tenta desviar o foco, dizendo que é vítima de uma perseguição.

Sim, ele está sendo perseguido. Pela oposição escrota e por todos os brasileiros que não aceitam mais o coronelismo. Mas não é uma perseguição indevida.

Acho que o bigode vai pedir para sair....

Adalberto

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JOSÉ SARNEY

O fim dos direitos individuais

A TEORIZAÇÃO da arte da política começa com Aristóteles. Ele foi o primeiro a querer saber tudo sobre o seu tempo e como os homens faziam para gerir essa máquina do tempo. Baixinho e careca, não lhe faltava senso de humor. Contam que lhe indagaram por que gostava de belas mulheres, e ele respondeu que só um cego lhe indagaria isso. Mas larguemos as mulheres e voltemos à política, a arte de harmonizar conflitos, já que é mais esta do que ciência. Hitler tinha horror à política. Na tentativa de evitar a Guerra Mundial, um seu general disse que era chegada a hora da política e ele respondeu: "abomino a política". O ser autoritário é sempre amargurado com a política: o move a força como solução e, para alcançá-la, veste-se do ressentimento, da inveja, do puritanismo, como uma máscara para esconder a hipocrisia. O conde Afonso Celso, que escreveu um livro delicioso sobre os anos que passou no Congresso, conta que dois grupos eram constantes em cada legislatura, embora mudassem os seus integrantes: os que viviam à custa da honra da Casa e os que faziam política à custa da honra dos colegas. Em geral, eram sepulcros caiados. Foi Lênin quem aplicou como método as leis da guerra à política. Ele não a via como um instrumento democrático para a conquista do poder, mas como uma disputa cuja finalidade não era o jogo das ideias, e sim, como na guerra, uma luta entre inimigos não para vencer o adversário, mas exterminá-lo -e nisso toda crueldade devia ser usada. Daí o pensamento dele tão divulgado de que os fins justificam os meios. Quem lê os seus textos sobre o uso do terror fica arrepiado, porque seus exemplos são buscados nos piores momentos do terror da Revolução Francesa, em 1793/94. Hoje, com a sociedade de comunicação, os princípios da guerra aplicados à política são mais devastadores do que a guilhotina da praça da Concorde. O adversário deve ser morto pela tortura moral disseminada numa máquina de repetição e propagação, qualquer que seja o método do vale-tudo, desde o insulto, a calúnia, até a invenção falsificada de provas. Como julgar uma democracia em que não se tem lei de responsabilidade da mídia nem direito de resposta, diante desse tsunami avassalador da internet e enquanto a Justiça anda a passos de cágado? Como ficam os direitos individuais, a proteção à privacidade, o respeito pela pessoa humana? Há alguns anos discutimos esses temas numa Conferência das Nações Unidas em Bilbao. Conclusão: saímos todos certos de que acabou a privacidade e os direitos individuais estão condenados a serem dinossauros de letras nas Constituições.

Bigode


quinta-feira, 30 de julho de 2009

Kfouri - Ateu

JUCA KFOURI

Deixem Jesus em paz
Está ficando a cada dia mais insuportável o proselitismo religioso que invadiu o futebol brasileiro
MEU PAI , na primeira vez em que me ouviu dizer que eu era ateu, me disse para mudar o discurso e dizer que eu era agnóstico: "Você não tem cultura para se dizer ateu", sentenciou. Confesso que fiquei meio sem entender. Até que, nem faz muito tempo, pude ler "Em que Creem os que Não Creem", uma troca de cartas entre Umberto Eco e o cardeal Martini, de Milão, livro editado no Brasil pela editora Record. De fato, o velho tinha razão, motivo pelo qual, ele mesmo, incomparavelmente mais culto, se dissesse agnóstico, embora fosse ateu. Pois o embate entre Eco e Martini, principalmente pelos argumentos do brilhante cardeal milanês, não é coisa para qualquer um, tamanha a profundidade filosófica e teológica do religioso. Dele entendi, se tanto, uns 10%. E olhe lá. Eco, não menos brilhante, é mais fácil de entender em seu ateísmo. Até então, me bastava com o pensador marxista, também italiano, Antonio Gramsci, que evoluiu da clássica visão que tratava a religião como ópio do povo para vê-la inclusive com características revolucionárias, razão pela qual pregava a tolerância, a compreensão, principalmente com o catolicismo. E negar o papel de resistência e de vanguarda de setores religiosos durante a ditadura brasileira equivaleria a um crime de falso testemunho, o que me levou, à época, a andar próximo da Igreja, sem deixar de fazer pequenas provocações, com todo respeito. Respeito que preservo, apesar de, e com o perdão por tamanha digressão, me pareça pecado usar o nome em vão de quem nada tem a ver com futebol, coisa que, se bem me lembro de minhas aulas de catecismo, está no segundo mandamento das leis de Deus. E como o santo nome anda sendo usado em vão por jogadores da seleção brasileira, de Kaká ao capitão Lúcio, passando por pretendentes a ela, como o goleiro Fábio, do Cruzeiro, e chegando aos apenas chatos, como Roberto Brum. Ninguém, rigorosamente ninguém, mesmo que seja evangélico, protestante, católico, muçulmano, judeu, budista ou o que for, deveria fazer merchan religioso em jogos de futebol nem usar camisetas de propaganda demagógicas e até em inglês, além de repetir ameaças sobre o fogo eterno e baboseiras semelhantes, como as da enlouquecida pastora casada com Kaká, uma mocinha fanática, fundamentalista ou esperta demais para tentar nos convencer que foi Deus quem pôs dinheiro no Real Madrid para contratar seu jovem marido em plena crise mundial. Ora, há limites para tudo. É um tal de jogador comemorar gol olhando e apontando para o céu como se tivesse alguém lá em cima responsável pela façanha, um despropósito, por exemplo, com os goleiros evangélicos, que deveriam olhar também para o alto e fazer um gesto obsceno a cada gol que levassem de seus irmãos... Ora bolas! Que cada um faça o que bem entender de suas crenças nos locais apropriados para tal, mas não queiram impingi-las nossas goelas abaixo, porque fazê-lo é uma invasão inadmissível e irritante. Não mesmo é à toa que Deus prefere os ateus...

Contardo - Berlusconi

CONTARDO CALLIGARIS

Em defesa de Berlusconi
Berlusconi faz festinhas com prostitutas, e eu com isso? A capacidade de governar é afetada?
NÃO TENHO simpatia alguma pelo premiê italiano, Silvio Berlusconi.Para começar, não acho legítimo governar e, ao mesmo tempo, ser um megaempresário em exercício. A decência pede que os políticos, durante seu serviço público, se afastem da gestão de seu patrimônio e, ainda mais, da de suas empresas.Além disso, Berlusconi é o triste símbolo do fim de uma época em que, na Itália, o fascismo era um divisor de águas. Dos comunistas até aos liberais (passando por socialistas, social-democratas, republicanos, radicais e cristãos-democratas), apesar das diferenças, havia um propósito comum: o passado totalitário não voltaria, nunca.Berlusconi trouxe para o poder os próprios neofascistas e outros afins, que oferecem planos radicais, sedutores e esdrúxulos para as dificuldades da nação.Nessa empreitada, a maior aliada de Berlusconi foi a mediocridade da esquerda e do centro, cada vez menos capazes de apresentar um projeto para o país.Nas eleições de 2008, meus sobrinhos me confessaram que votariam em Berlusconi porque, ao menos, eles entendiam o que ele se propunha a fazer, enquanto não entendiam nada do que dizia Walter Veltroni, que liderava a centro-esquerda. Se meus sobrinhos, rebentos de uma tradição antifascista, preferiam Berlusconi, a batalha estava mesmo perdida.A Itália continua sendo uma democracia. Do fascismo, Berlusconi ressuscitou (apenas?) a vulgaridade populista, que consiste em fazer apelo ao que há de pior no eleitor, tornando-o cúmplice das soluções mais fáceis, violentas, racistas e machistas.Com isso, nunca pensei que escreveria um dia em defesa de Berlusconi. Mas, nestes últimos dias, os opositores do premiê adotaram a mesma vulgaridade que o caracteriza.O semanal "L'Espresso" e o cotidiano "La Repubblica" (fundados por Eugenio Scalfari, um papa do jornalismo italiano) vêm soltando trechos de gravações de telefonemas entre o premiê italiano e Patrizia D'Addario, uma prostituta de 42 anos que, aparentemente, teve encontros sexuais com Berlusconi, comentou elogiosamente sua performance na cama, gravou as conversas e as tornou públicas para se vingar porque Berlusconi não teria cumprido sei lá qual promessa.Antes disso, o cotidiano espanhol "El País" (outra referência da imprensa europeia) divulgou uma série de fotografias de Berlusconi, em sua vila na Sardenha, com topless feminino e nudez masculina. Tudo isso começou com a publicação em destaque de denúncias ressentidas da esposa do premiê.A vida sexual de Berlusconi não me indigna. Como não sou fascista, tampouco espero que o líder encarne grotescamente a "virilidade" de todos nós (embora, como notou João Pereira Coutinho, muitos eleitores possam se regozijar com isso). Mas me sinto insultado pela própria suposição de que essas "notícias" me interessem. Berlusconi organiza festinha com prostitutas, E EU COM ISSO? Avisem-me se a coisa afetar sua capacidade de governar.A invasão da privacidade de um governante se justifica quando ela demonstra sua hipocrisia pública. Se Ahmadinejad, em sua iminente visita ao Brasil, for flagrado dançando numa boate gay, isso me interessaria porque ele é líder de um país que pune a homossexualidade com a morte.Quando se descobriu que Eliot Spitzer, governador do Estado de Nova York, era cliente de uma rede de prostituição, o escândalo foi relevante porque Spitzer, quando era promotor, tinha sido um ferrenho perseguidor das prostitutas e de seus clientes. Mas Berlusconi nunca pretendeu ser "um santo".A ausência de relevância política das fotos e das conversas transforma os melhores órgãos da imprensa europeia em tabloides sensacionalistas e confirma que o problema da Itália de hoje não é Berlusconi, mas a decadência da oposição.É quase uma regra: quem cata argumentos de moral privada na roupa suja de seu adversário político 1) Quer esconder e censurar seus próprios trapos (tão sujos quanto os do opositor criticado) ou, então, 2) Ele não tem nada para dizer que interesse aos eleitores e apela para uma cumplicidade de botequim ("Cara, viu a de Berlusconi com a puta?").Parabenizo o PT, que, em seu "Código de Ética", aprovado nestes dias, decreta que é terminantemente vedada (artigo 6, 1) "a exploração de aspectos da vida íntima de adversários em disputas políticas ou eleitorais, internas ou externas, de qualquer natureza" (íntegra em www.pt.org.br).

Ai não dá. Lipoaspiração depois de ser enrabado por três travecos...

Fenômeno: três cirurgias nos joelhos, cirurgia na mão, 12 pinos e uma placa, três toras no rabo em um hotel no Rio e agora uma lipoaspiração. Onde ele vai parar? Não sei. Só tenho a certeza de que ele vai continuar a fazer muitos gols e dar muita dor de cabeça.

Adalberto
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30/07/2009 - 01h25
Ronaldo aproveita problema na mão e faz cirurgia para retirar gordura
Do UOL EsporteEm São Paulo
Ronaldo fez duas cirurgias nesta quarta-feira pela manhã, em São Paulo. Além de colocar 12 pinos e duas placas na mão esquerda, o atacante do Corinthians também passou por uma intervenção para retirar gordura excessiva na parte lateral da barriga. Os dois procedimentos foram bem sucedidos.
GOLS DO EMPATE COM S. ANDRÉ
CONFIRA MAIS IMAGENS DA RODADASempre questionado por sua forma física, principalmente pelo histórico de lesões que o deixou parado por meses (mais de um ano da última vez), Ronaldo decidiu aproveitar a necessidade de operar a mão esquerda para realizar a retirada de gordura localizada.No último domingo, na derrota por 3 a 0 para o Palmeiras, o jogador se machucou após choque com o volante Souza. Na queda, Ronaldo fraturou o terceiro e o quarto metacarpos da mão esquerda e precisou ser substituído.As duas cirurgias aconteceram na manhã desta quarta, no hospital São Luiz, na capital paulista, sob a supervisão do consultor-médico do Corinthians, Joaquim Grava. A mão esquerda foi operada pelo médico Alexandre Santa Cruz.O tempo de recuperação das fraturas é de quatro a cinco semanas. Nesse período, Ronaldo também terá boas condições de se recuperar da retirada de gordura, procedimento que requer cerca de três semanas para ter os edemas reduzidos.O Fenômeno deixou o hospital já nesta quarta-feira. A expectativa é que ele retorne aos campos no início de setembro, talvez a tempo de participar do clássico diante do Santos, dia 5, pelo Brasileirão.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Ó rabo Ò

.!..!
Ó o Ò do Rabo

.!..!
Ó o Ò do Rabo

.!..!
Ó o Ò do Rabo

.!..!
Ó o Ò do Rabo

Orfeu

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Para o Céu

Miro o Céu
por qualquer in-di-cativo
........................cativa
...................di........va

Meus olhos, vesgos,
entre os cachos e os cílios
..................(as pintas)

Espero, a boca aberta,
não pela saliva,
pela voz

Minhas orelhas se fecham
para ecoar sua voz
aprisionar sua língua

Fito o Céu
Olhos,
Sons que irradiam das estrelas

Orfeu

Só tire o seu quando o Senado tirar o dele



domingo, 26 de julho de 2009

Fecundei cada poro de sua pele

Sobe em mim. Após me massagear, masturbar-me por uns dez minutos. Está em cima do meu corpo na altura do meu pau, coloca a camisinha e afasta os lábios de sua buceta com a cabeça de minha rola. De cócoras, começa a descer e diz que são mais trinta mangos para fazer aquela rachada. De olhos fechados, faço um gesto de positivo, antes mesmo de terminar o movimento ela retira minha rola de sua buceta.

Vazio, isso, claro que sua buceta ficou vazia. O vazio também está em mim, já me sentia acolhido e preenchido, por dentro, só não sentia seu calor, lógico, nem seu molhado, mas sentia me comprimir. Quando abro os olhos, a veja com a mão em minha rola mirando seu cú. São cinqüenta para o cú. Nesse momento, a cabeça da minha rola já estava em seu rabo. Ela, de cócoras, em cima de mim. Que coxas. Apesar de ser delgada, suas formas me cativam. Formas que delimitam um corpo branco estonteante. Deixo ela sentar e consinto com aquele estupro. Ela senta vigorosamente e gozo em seu rabo, quer dizer na camisinha, que está em seu rabo. Não a sinto por dentro, mesmo assim, ela conseguiu me cativar, seus movimentos não são de uma puta, nem seu toque é de uma massagista. Desce de meu colo e vejo, uma vez mais, sua trança, densa, negra, com um pedaço fino de couro enrolado.

Delícia de rabo. Não sei bem o motivo de precisar tanto desses rabos, eu sinto muito prazer em minha escrita, em minha transcendência, em minhas drogas, mas o vazio persiste, o maior dos prazeres da heroína não me trariam a sensação de enlace que essas bucetas me trazem. Ela me traz um whiskey, percebo que estamos íntimos. Pergunto onde esteve nas últimas duas semanas. Ela me disse que foi visitar sua mãe que mora na Espanha. Esteve em Barcelona. Penso no museu do Miró, de nada vale comentar, nem com ela, nem com ninguém, nunca pude conversar sobre Miró. Aprendi que estou bem sozinho e não perco mais tempo com conversas estúpidas. Ela pergunta se poderia vê-la na quinta. Disse que fica com saudades. Eu finjo acreditar e sei que isso foi um pedido para eu continuar generoso. Sempre fui generoso. Sempre tive muito desprendimento com o dinheiro. O prazer sempre falou mais alto do que o comedimento.

Apago a minha cigarrilha e a puxo para perto do meu corpo. Meu pau gozado enseba sua raba. Ela mexe. Nenhuma mulher faz isso. Nenhuma mulher quer seu gozo. Elas só querem seu gozo se for para você fazer sua parte e reproduzí-las. Só. Nada contra. Nada a favor. Nada de inteligente. Simples assim. Espalho por todo o corpo dela, como se fosse fecundar cada poro de sua pele. Espero que ela deseje aquilo. Mas ela não deseja, não por ser uma puta, por ser uma mulher.

Orfeu

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Freguesia

Somos fregueses da Argentina
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EDUARDO VIEIRA DA COSTAEditor de Esporte da Folha Online
Algum tempo atrás escrevi aqui sobre a possibilidade de ser iniciada uma "era brasileira" na Libertadores e adotei posição cética, mesmo diante de evidências claras da crescente presença dos times nacionais nas fases decisivas do torneio. Pois bem, agora, infelizmente, tenho que ir além e reconhecer: o que acontece é os brasileiros são mesmo fregueses dos argentinos. Simples assim.
Com a derrota do Cruzeiro para o Estudiantes, são 12 finais na história entre argentinos e brasileiros. E os hermanos levaram a melhor em nada menos do que nove. Supremacia indiscutível.
É isso. Vamos reconhecer de uma vez. Quando se trata de clubes, o Brasil é freguês da Argentina.
Como bem lembrou Sorín, lateral argentino do Cruzeiro, o jogador de seu país tem uma raça natural, sua a camisa e se entrega como nenhum outro quando se trata da Libertadores. Em uma competição de mata-mata, isso é essencial, é decisivo, é o que faz a diferença.
Claro que os cruzeirenses se entregaram, suaram e lutaram. Mas os argentinos simplesmente são diferenciados neste aspecto.
Fosse a Libertadores uma competição de pontos corridos, a história possivelmente seria diferente. Conjectura. Mas acredito que, no mínimo, esse placar histórico seria menos desfavorável ao Brasil.
Como lembrou o repórter da Folha Online José Ricardo Leite em reportagem publicada neste jornal em tempo real, o Brasil é o "Rei do Vice". Os times brasileiros foram vice-campeões em 15 oportunidades do total de 50 edições do mais tradicional torneio interclubes da América.
Ou seja, 30% dos vice-campeões são do Brasil. Ainda que estejam inclusas aí as duas finais caseiras de brasileiros, o número é muito expressivo. Mostra que falta alguma pegada aos brasileiros nas decisões.
Pegada que sobra aos argentinos. São 22 títulos de clubes da Argentina na Libertadores em todos os tempos contra 13 dos brasileiros. Repito: Supremacia indiscutível.
E chega daquela história de dizer que os brasileiros não davam importância à Libertadores antigamente. Isso é blá, blá, blá. Bobagem.
Como já disse antes, o Santos sempre se orgulhou muito de seus títulos lá nos anos 60, o Cruzeiro de sua conquista nos anos 70, Grêmio e Flamengo dos troféus nos anos 80. Essas sempre foram consideradas as maiores glórias da história desses clubes. E não existe nenhum clube brasileiro que não quisesse a mesma coisa.
E mais: me recuso a acreditar que os brasileiros que foram vice --que, como vimos, não foram poucos-- não tivessem motivação ou não ligassem para ser campeões continentais.
O Brasil está atrás no número de conquistas porque os argentinos são melhores nesta competição.
Somos fregueses.
*
A tendência a longo prazo é que o desempenho do Brasil melhore, claro. Tenho que lembrar também, pelo lado positivo, que times nacionais estiveram em nada menos do que 15 finais nos últimos 18 anos --com oito títulos e sete vices. E também que desde 1992, a Libertadores só não teve brasileiros na decisão em 1996, 2001 e 2004. E, ainda, que em 2005 e 2006 as finais foram totalmente brasileiras. Na prática, o futuro dirá o que acontecerá.
*

Cartas


Pedi dinheiro emprestado. Nada demais, recebo ligações escrotas de pessoas com as quais não tenho o menor contato, pedindo dinheiro.


Justamente. Naquele caso. Eu pedia dinheiro. Não era para um estranho. Era para a Maria Rosa. Ela não tinha um puto. Mas, entendam, eu tinha apenas dez anos de idade, não media muito as conseqüências de minhas atitudes, como é de se esperar.


Pedi dinheiro emprestado para a Maria Rosa. Depois minha mãe a reembolsaria. Ela perguntou para que o dinheiro. Não se deve perguntar esse tipo de coisas quando se empresta dinheiro. De novo, eu tinha dez anos, você pergunta esse tipo de coisa, quando uma criança pede dez reais "emprestados".


Eu e meu primo ficamos sem saber muito bem como reagir. Eu disse que comprariamos gibis. Menti, de forma estúpida. Porra, se falasse que compraria um sorvete, não teria que apresentar provas do crime.


Enfim, tinha apenas dez anos, já sabem. Ela entregou um pouco desconfiada, pela nossa ansiedade. Fomos direto para a banca, não para comprar gibis, mas para comprar um baralho de mulheres peladas da playboy.


Deliciosas. As mulheres ficavam cada vez mais gostosas, de acordo com os naipes das cartas. Sensacional. Quando cheguei em casa, tive que mostrar uns gibis meus do Chico Bento como provas de minha honestidade.


Jogamos muito truco com aquele baralho. Quando meu primo voltou para sua cidade, eu continuei a jogar sozinho. Joguei muito com aquele baralho.


No dia em que comprei o baralho, expliquei toda a situação para minha mãe. Com naturalidade ela riu e reembolsou a Maria Rosa. Bons tempos, em que uma mentira não trazia prejuízos e era motivo de diversão.


Orfeu

terça-feira, 21 de julho de 2009


Argentina X Brasil - Quando e por quê perdemos?

Por que o Estudiantes é tetra
No diário "Lance!", de sábado:
PERDENDO E APRENDENDO
Por ANDRÉ KFOURI
"Eu pedi aos jogadores que olhassem para o céu. Eles veriam uma enorme camisa do Estudiantes, encontrariam os ex-campeões, estariam na sala de suas casas. Pedi que saltassem e se agarrassem nas estrelas, que levassem essa camisa. E disse que essa camisa iria a todas as partes do mundo. Era a camisa deles."
Essas foram as últimas palavras do técnico Alejandro Sabella, aos jogadores do Estudiantes de La Plata, antes da decisão contra o Cruzeiro.
No vestiário, os argentinos podiam ouvir o Mineirão lotado.
Sabella os preparou para que não sucumbissem ao ambiente hostil.
Tratou de criar uma conexão entre seus comandados e o sentimento que não os deixaria sozinhos, num gramado brasileiro: os 35 anos de saudade do último título de Libertadores conquistado pelo clube.
A história do futebol é quase sempre contada pelos vencedores.
É óbvio que Adílson Batista também falou com seus jogadores, também lhes mostrou um vídeo motivacional.
Esta coluna não é uma supervalorização do discurso de um treinador, não credita o título do Estudiantes às subjetividades propostas por Sabella.
É apenas uma constatação das diferenças entre as duas principais escolas de futebol do mundo.
Diferenças que são, acima de tudo, culturais.
No momento em que um clube brasileiro perde, mais uma vez, e em casa, a decisão de Libertadores para um adversário argentino, a análise precisa sair do campo.
O que decidiu o jogo?
A maneira como o Estudiantes absorveu o gol do Cruzeiro, e a maneira com o Cruzeiro não absorveu o empate.
Do 1 x 0 ao 1 x 1, seis minutos.
Do 1 x 1 ao 1 x 2, quinze, tempo em que o goleiro Andújar não sofreu ameaça.
Atrás no placar, e com o Mineirão em festa, o time argentino continuou jogando.
Após o empate, que apenas prolongaria a final, o time brasileiro parou.
Já vimos filmes parecidos, com outras cores e em outros cinemas nacionais.
Os (bons) times argentinos raramente abandonam seu plano de jogo.
Levam gols e parecem nem ligar.
Fazem gols e tomam conta.
E quanto mais festejam títulos por aqui, menos se preocupam em decidir aqui.
São times mais obedientes taticamente, mais conscientes do que podem e não podem fazer, mentalmente mais fortes.
O que não tem só a ver com futebol.
Tem a ver com a formação das pessoas.
O jogador argentino "standard", nota 6, é melhor do que o brasileiro.
E é mais profissional do que o brasileiro.
Como nas competições entre clubes há mais jogadores comuns dos dois lados, a superioridade fica exposta, principalmente na hora mais importante.
Superioridade que aumenta quando há um "top-de-linha" envolvido, como Juan Sebastián Verón.
Quando a parada é entre os "tops" de cada país, seleção contra seleção, a vantagem é nossa, porque os temos em maior quantidade.
Imagine o discurso de Alejandro Sabella, num vestiário brasileiro.
Cartolas e boleiros recomendariam sua internação.
E alguém ainda perguntaria quem eram os "ex-campeões", ou o que aconteceu há 35 anos.
A evolução do nosso futebol acompanhará nossa evolução como sociedade.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

El País

EDITORIAL

Chávez lo quiere todo
El presidente venezolano acumula un poder sin precedentes refrendado por la Asamblea
20/07/2009


Durante algún tiempo hubo motivo para dudar; el presidente venezolano Hugo Chávez tuvo siempre un talante autoritario, pero en sus primeros años de Gobierno fue relativamente cauto. Hoy ya está, sin embargo, claro que lo quiere todo. Y por los graves errores de la oposición, que le regaló con su omisión en las urnas la Asamblea, puede permitirse hacerlo dentro de una legalidad a su medida. Así es como se va forjando el Estado que encarna el llamado socialismo del siglo XXI, sistema que, sin embargo, ya se conocía en la historia como capitalismo de Estado; un capitalismo, en buena medida social, pero regido por la más absoluta arbitrariedad, por los aleatorios deseos del líder.
El último avatar de esta ofensiva para la dominación de todos los resortes del poder será la aprobación, probablemente antes de fin de año, de la ley sobre la propiedad social, que así enunciada, no debe de sonar mal, puesto que hasta la Iglesia sostiene que ese derecho no puede ser nunca irrestricto. Pero ocurre que la ley, acogida con nutrida división de opiniones, es un ejemplo de cómo entiende Chávez la gobernación, pensada como está para legalizar a posteriori la estatalización o confiscación de industrias alimentarias y tierras de labor, así como tiene hoy ya en el punto de mira a los medios, con la anunciada revisión de las condiciones de emisión de cerca de 300 radios y televisiones del país.
La pugna latinoamericana entre chavismo y antichavismo abarca cada vez más teatros de acción, como el forcejeo diplomático sobre Honduras, en el que Venezuela opera, si bien con extraordinaria truculencia, junto a las democracias para exigir el restablecimiento de Manuel Zelaya en la presidencia contra los golpistas de Roberto Micheletti; y, a tenor de un informe del Congreso norteamericano, se extiende, por añadidura, al ominoso terreno del narcotráfico. Según estas fuentes, Venezuela se habría convertido en un gran puerto de embarque de la droga con destino a EE UU, lo que desmiente airado el presidente Chávez.
La última batalla, sin embargo, no se ha perdido todavía. Parte de la opinión nacional ha reaccionado muy críticamente contra la propuesta de ley sobre la propiedad, y la presidencia ha congelado para consultas el proyecto. Chávez aún no lo tiene todo. El autoritarismo avanza, pero ecos de la libertad y del pluralismo aún se hacen oír en Venezuela.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

A noite mais fria do ano



http://blog.estadao.com.br/blog/marcelorubenspaiva/

A NOITE MAIS FRIA
por Marcelo Paiva, Seção: Crônica 13:05:14.
Minha peça fica só mais 3 semanas em São Paulo, no Espaço Parlapatões, terças e quartas. Hoje é dia [R$ 15 e R$ 30].

Palhinha:

DAN [para platéia]
Como você faz pra esquecer alguém? Bebe? E adianta?

Entra Carol e faz yoga.

DAN
Eu olhei. Que momento. ELA fez a saudação.

CAROL
No que eu pensava? O que para mim é o amor? Estamos presos a ele. Acordo e vem na cabeça: “Hoje, vou encontar o amor”. Tanta coisa, mas sempre o amor em primeiro. É medo da solidão do domingo, de ser colocada na fogueira: a encalhada? É medo do inverno, não ter companhia nos cinemas, estourar o champanhe no Réveillon e não ter quem beijar: feliz ano novo! É medo de envelhecer isolada do mundo, do cinzeiro estar sempre no mesmo lugar, de eu engasgar com um caroço e cair dura no chão sozinha. Este carinha é novo.

Dan faz saudação. Ela faz tudo errado. Ele tenta imitá-la e desconfia que ela está errada, já que ela se entorta toda. As posturas vão ficando difíceis, ela se enrola mais, até ficar totalmente presa. Dan vai ajudá-la.

DAN
Você está bem?

CAROL
Estou o quê?

DAN
Acho que entrou uma frente fria.

CAROL
Vou entrar numa fria?

DAN
Acho.

CAROL
Você se acha...

DAN
Me acho o quê?

CAROL
Se acha se achando. Não acha?

DAN
Não acho nada. Você acha?

CAROL
Que você se acha? Acho.

DAN
Por quê?

CAROL
Sabe que acho que a gente vai se dar bem?

DAN
É?



Eles dançam, como se estivessem numa festa e namorassem.

CAROL
Sabe que gosto do seu humor, do seu cheiro, do seu jeito de lavar as mãos, abrir um vinho, me tocar, me beija. Sabe que gosto do jeito que me olha. Me come!

DAN [pra platéia]
Temos tantas afinidades. Usamos o mesmo hidratante, aceto balsâmico na salada. Temos conta no mesmo banco. Vivemos no mesmo planeta.

CAROL
Tem certeza de que não sou lunática?

Steppenwolf

He never sold himself for money or an easy life or to women or to those in power; and had thrown away a hundred times what in the world's eyes was his advantage and happiness in order to safeguard his liberty. No prospect was more hateful and distasteful to him than he should have to go to an office and conform to daily and early routine and obey others. He hated all kind of offices, governmental or comercial, as he hated death, and his worst nightmare was confinement in barracks.

Harry, called the Steppenwolf

terça-feira, 14 de julho de 2009

Do Blog do Luis Nassif

11/07/2009 - 10:25 - Luis Nassif

O Blog da mídia

Sarney é Sarney desde que entrou na política. O que armou e aprontou depois de deixar a presidência é de conhecimento amplo da mídia e estava ao alcance desde as primeiras aventuras, ainda mais se tratando de um ex-presidente - o que justificaria o interesse jornalístico.

Nada se fez durante vinte anos. Permitiram-se abusos no Amapá, no Maranhão, permitiram que sua influência abatesse governadores eleitos, derrubados por motivos menores. Os ecos de suas aventuras rodavam todas as redações, desde as estripulias de Jorge Murad e Saulo Ramos, no seu governo, à ligação permanente com Edemar Cid Ferreira ou o escândalo da Cemar.

Mesmo assim, durante décadas mereceu todo o cuidado por parte da imprensa, e um carinho e proteção especial da Folha. O Otavinho sabe a razão.

Agora, esse tiroteio infindável contra ele não tem razões nobres. A mídia fez o mesmo em todos os momentos anteriores da vida nacional. Cria o clima, levanta a bola de quem quiser se apresentar como o vingador e vai gerando fatos, tirando os escândalos que lhe interessam da gôndola do supermercado e mandando bala.

Os verdugos de Collor apareceram na CPI das Empreiteiras. O Catão de hoje é o mandrião de amanhã. E, em todos os momentos, são meramente peças que servem ao jogo de poder da mídia. Para se ter uma ideia desse jogo limpo e asséptico, o Catão do momento é Arthur Virgílio, ator tão completo que é capaz de se escandalizar com aquilo que ele mesmo pratica.

Esse é o ponto central.

Hoje em dia o maior poder do país, aquele sem o menor limite, sem os contrapesos fundamentais da prática democrática, se chama mídia. Ela é a única capaz de intimidar o Judiciário, o Executivo, assassinar reputações. O caso da Veja foi apenas uma amostra desse jogo. Juízes que se colocam contra, desembargadores, ministros, políticos, são fuzilados inapelavelmente. Bastava uma fonte não se mostrar de boa vontade para ser fuzilada com adjetivos ou com factóides. Nem se fale dos interesses maiores, expostos agora nesse lamaçal em que se tornou o gasto com Educação de diversos estados - que passaram a adquirir maciçamente material de editoras jornalísticas como compra de proteção.

O caso Satiagraha acabou sendo o retrato acabado da impunidade no grande jogo de informações acoplado a negócios.

Não havia limites para esse poder até o florescimento de novas mídias, da era da informação, criando um paradoxo curioso: se o Senado se tornar transparente, se se moralizar, se abrir suas contas, o país ganha e a mídia perde. Seu poder reside na falta de transparência da sociedade. É o que permite a ela se tornar “dona” da informação, selecionando as que melhor lhe convem ou editando de acordo com suas conveniências. É por isso que todas as campanhas midiáticas visam pessoas e escândalos pontuais - levantados de acordo com as conveniências do momento - e não mudanças capazes de impedir a perpetuação do erro.

Qual seria o poder da mídia em ambientes transparentes, onde não desse para armazenar escândalos e utilizá-los em benefício do seu jogo político particular? Qual seria o poder se, de repente, instituições assumissem seus erros, mas enfrentassem a mídia sem medo?

O caso Petrobras é emblemático e cria uma dinâmica fantástica, no bojo da Internet.

Com seu Blog, a Petrobras se amarrou a um compromisso: o de não mais deixar perguntas sem respostas. Internamente, significará o fim dos feudos, a obrigação de todos os departamentos de fornecer a informação solicitada.

Esse modelo vai se expandir, se expandir até chegar na mídia. É inexorável. Quando chegar, alguns grupos jornalísticos terão condições de abrir o jogo, de responder às dúvidas dos leitores?

Hoje em dia, o conjunto de conhecimento acumulado na Internet é maior do que aquele controlado pela mídia. O mundo mudou. A mídia terá que mudar.

Aí cada jornal terá que criar seu Blog, não apenas para discutir suas matérias, mas seus interesses empresariais ou políticos por trás de cada campanha.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Último suspiro do bigode

Ato do Presidente nº 294 de 2009

"Anula 663 atos administrativos cuja divulgação tenha desrespeitado o princípio constitucional da publicidade.

O presidente do Senado Federal, no uso de suas atribuições regimentais e regulamentares,

Considerando as conclusões da Comissão Especial instituída pelo Ato do Primeiro-Secretário nº 27, de 2009;

Considerando que o art. 37 da Constituição Federal vincula os atos da Administração Pública à sua ampla publicidade;

Considerando que as conclusões do Relatório da Comissão Especial instituída pelo Ato do Primeiro-Secretário nº 27, de 2009, evidenciam a não publicação de atos administrativos, em desrespeito ao princípio constitucional da publicidade,

Resolve:

Art. 1º Anular os 663 atos administrativos veiculados nos 312 Boletins Administrativos de Pessoal referidos no Relatório da Comissão Especial instituída pelo Ato do Primeiro-Secretário nº 27, de 2009, cuja divulgação não tenha obedecido ao princípio da ampla publicidade (art. 37, CF/88).

Art. 2º Determinar à Diretoria-Geral que, no prazo improrrogável de 30 dias, apresente à Comissão Diretora relatório circunstanciado contendo as providências adotadas com o objetivo de cumprir fielmente o disposto neste Ato e nas disposições constitucionais e legais de regência, assim como o integral ressarcimento aos cofres públicos dos recursos eventualmente pagos de forma indevida.

Art. 3º Este Ato entra em vigor na data de sua publicação.

Sala de reuniões da Presidência, em 13 de julho de 2009"

Vadias

Durmo com elas.

Babo.

As lambuzo, até com whiskey.

Vadias essas palavras.

Durmo com elas em sonhos depravados.

Vadias essas palavras.

Coloco um "se" e um "si", e pronto, corrompidas.

Lascivas essas palavras. Vadias essas palavras.

Me cobram com meu sangue sua atenção.

Querem cada vez mais serem bulinadas.

Querem que eu as esporre de minha boca.

Vadias essas palavras.

Orfeu

Se punhetamos, por que raios não nos provocamos?

Quero me bulinar, o dia inteiro.

Sentir a cabeça de minha rola latejar, o dia inteiro.

Se punhetamos, por que raios não provocamos?

O dia inteiro.

A si

Se?

Nos provocássemos...

A si

Se?

Ejaculássemos...

Orfeu

Provocador de ofício

Cuidado. Não pense que a provocação é apenas prazerosa. O sinismo, inevitavelmente, corrompe a mente. O sarcasmo percorre nossas veias e obstrui qualquer forma de pensamento que aceite ou respeite o status quo.

Perdemos um mauditor para ganharmos um provocador de ofício. Não pensem que é fácil. Paga-se com a vida. A escolha de provocar a si mesmo é a decisão mais difícil que um homem pode fazer. Parabéns aos bravos provocadores de ofício.

Bem aventurado, Eliseo "Provocador" Drummond.

Adalberto

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Na boca do mundo

Brazil's scandal-plagued Senate

House of horrors
Jul 9th 2009 | SÃO PAULO
From The Economist print edition

What Britain’s MPs might learn from Brazilian Senators


THE president of Brazil’s Senate sits in a fine blue leather chair designed by Oscar Niemeyer, a celebrated Brazilian architect. Comfortable it may be, but its occupants have also found it to be an insecure perch. Three senate presidents have been suspended or have resigned because of scandals in the past eight years. Now a fourth, José Sarney, a former president of Brazil and part-time novelist, is teetering.

The Senate has just 81 members but somehow they require almost 10,000 staff to take care of them. Many of these are appointed as favours to senators’ friends or political supporters. One former staffer says that his fellow-employees used to say that the senate was like a mother to them. Others liken it to a country club. The benefits of membership include free health insurance for life for all senators and their families, generous pension arrangements and housing allowances. This much was already familiar to Brazilians and, perhaps, not so different from the goings on in many other legislatures around the world.

But the past few months have brought new revelations. The police are investigating some 660 “secret acts” passed since 1995 which have awarded jobs and pay rises to members of staff. Senators have given free air tickets to relatives and claimed housing allowances for houses they did not live in. Senate staff were paid overtime even when the chamber was in recess. The head of the senate administration, Agaciel Maia, was revealed to own a house worth 5m reais ($2.5m) that was registered in his brother’s name and thus not declared to the tax authorities.

Lots of senators, more or less across the political spectrum, are at fault. When the leader of the opposition Party of Brazilian Social Democracy went on a jaunt to Paris, for example, the Senate paid his hotel bill. (He says this was a “loan”.) It therefore might seem unfair that Mr Sarney is under pressure to resign.

Yet he cannot plead ignorance of the Senate’s workings. This is his third spell as its president. During a previous stint in the blue chair he appointed Mr Maia to his lucrative position. A grandchild of Mr Sarney’s received business from the Senate (although he was not its president at the time). Mr Sarney also omitted from his declaration of assets to the federal electoral tribunal a big house he owns in Brasília.

Mr Sarney, who has spent 50 years in public life, is a survivor. He will probably keep his post. He remains a power in the Party of the Brazilian Democratic Movement (PMDB), a catch-all outfit that is an important part of President Luiz Inácio Lula da Silva’s governing coalition. Lula wants Mr Sarney to swing the weight of the PMDB, and its patronage machine, behind Dilma Rousseff, the probable candidate of the ruling Workers’ Party in the presidential election next year.

Lula has said that Mr Sarney deserves more respect, and has blamed the press for whipping up scandal. But at a time when the economy is only just emerging from recession, the saga of the “secret acts” has reminded Brazilians that their politicians never impose austerity on themselves. It may also have reminded them of the flaws of some of Lula’s allies, and his willingness to shut his eyes to scandal when it suits him.

O luto de Ronaldo Viúvo

Confusão marca fim de velório de travesti envolvido em polêmica com Ronaldo
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da Folha Online
com Lance Press

O enterro do travesti Andréia Albertini está previsto para as 10h desta sexta-feira no cemitério Jardim Santa Lídia, em Mauá (Grande São Paulo). O velório estava lotado, segundo funcionários do cemitério, que relataram uma confusão com bate-boca entre os participantes do funeral. Revoltado, um irmão de Andréia gritou com algumas pessoas presentes, o que iniciou a discussão, de acordo com funcionários.

André Luiz Ribeiro Albertini, nome verdadeiro do travesti, estava internado na UTI do Hospital Nardini, em Mauá (Grande SP), havia dois dias. Ele ficou conhecido após se envolver em uma polêmica com o atacante Ronaldo, do Corinthians.


Travesti Andréia Albertini, do caso Ronaldo, morreu em Mauá, em SP
Andréia sofria com uma meningite --quadro que foi agravado por uma pneumonia, segundo informações do "Diário do Grande ABC".

No fim do ano passado, Ronaldo se envolveu em polêmica que chegou aos tribunais. Andréia acabou denunciada (acusada formalmente) por extorsão contra o jogador.

A confusão entre Ronaldo e o travesti ocorreu na madrugada do dia 28 de abril. Depois de uma festa na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), na qual comemorava uma vitória do Flamengo, Ronaldo passou pela orla da Barra, chamou o travesti e o levou para o motel Papillon, com outros dois travestis.

Ronaldo disse ter recusado o programa quando descobriu que os três eram homens, mas iniciou uma discussão com eles pelo pagamento do programa, segundo a 16ª Delegacia de Polícia (Barra), onde o caso foi registrado.

Albertini alegou que o jogador não queria pagar o valor combinado, de R$ 1.300. A Polícia Civil afirmou que o atacante pagou outros dois travestis, mas que Andréia exigiu R$ 50 mil para não levar o caso à imprensa. O travesti negou e disse à imprensa e em depoimento à polícia que o jogador teve relações sexuais com os travestis e ainda usou drogas.

Uma semana depois, Andréia voltou à delegacia, retirou todas as acusações e afirmou ter mentido, apesar de admitir ter ficado três horas dentro do motel com Ronaldo. A assessoria do jogador não comentou as declarações do travesti.

Descriminalizar

Marcelo Rubens Paiva


Primeiro foram FHC e a The Economist que defenderem a descriminalização da maconha. Corre pelos bastidores da Globo que a família Marinho orientou seus jornalistas a abraçarem a causa.

Não está na hora do debate ir para o Congresso?

No último domingo [28 de junho 2009], saiu no Espaço Aberto, página nobre
de opiniões do Estadão (A2), uma coluna corajosa escrita por Marie Myung-Ok Lee, professora da Universidade Brown, que escreve um livro sobre imperícia médica e reacende o debate.

Reproduzo aqui.

Descriminalizem a maconha [de Marie Myung-Ok Lee]


Estou ao telefone aprendendo uma receita de manteiga de haxixe. Não com um traficante, mas com Lester Grinspoon, professor emérito de Psiquiatria da Escola de Medicina de Harvard. E não é para uma festa, mas para meu filho de 9 anos, que sofre de autismo, ansiedade e problemas digestivos, que são aliviados pelas propriedades analgésicas e psicoativas da maconha. Não lhe daria se não achasse seguro.

Descobri a maconha quando procurava uma alternativa mais segura aos fortes remédios antipsicóticos, como o Risperdal, habitualmente receitados para crianças com autismo e outros distúrbios de comportamento. Há poucos estudos sobre os efeitos desses medicamentos, a longo prazo, no cérebro de uma criança em crescimento, em especial sobre o autismo, distúrbio cujos mecanismos bioquímicos são pouco compreendidos. Mas existe farta documentação sobre riscos, o que levou a Food and Drug Administration (FDA) a exigir nas embalagens o alerta máximo, a "tarja preta", informando possíveis efeitos colaterais, que incluem tremores permanentes como os do mal de Parkinson, distúrbios metabólicos e morte. Um painel de especialistas federais em remédios, em 2008, insistiu que os médicos sejam cautelosos ao receitar esses remédios a crianças, mais suscetíveis aos efeitos colaterais.

Moramos em Rhode Island, um dos mais de 12 Estados - incluindo a Califórnia - que têm leis para uso medicinal da maconha. Isso nos permite dá-la a nosso filho, para uso médico, legalmente. Mas nos limita seu uso. Não podemos levá-la de avião numa visita à avó em Minnesota.

Embora não violemos a lei, pergunto-me o que os vizinhos pensariam se soubessem que damos a nosso filho o que a maioria das pessoas encara como droga "recreativa" ilegal. A maconha sempre carregou o estigma do perigo ilícito - A Porta da Loucura e cartéis estrangeiros do tráfico. Mas em 1988, após dois anos de audiências, o juiz Francis L. Young, da Drug Enforcement Administration (DEA), considerou-a "uma das substâncias terapêuticas mais seguras entre as conhecidas pelo homem. (...) Em termos estritamente medicinais, a maconha é muito mais segura que muitos alimentos que comumente consumimos".

Além de ajudar pessoas como meu filho, são muitas as razões para legalizar a maconha em nível federal. Depoimentos de pacientes atestam suas propriedades analgésicas. E os benefícios no combate ao enjoo da quimioterapia e à debilitação decorrente estão bem documentados. Estudos futuros podem descobrir empregos medicinais ainda mais importantes.

Incluir a maconha na guerra às drogas mostrou-se temerário - e caro. Ao manter a maconha ilegal e os preços altos, o dinheiro da droga ilícita dos EUA sustenta os traficantes assassinos no México e em outros países. Na verdade, depois de perceber como a proximidade dos cultivadores de maconha afetava a pequena vila mexicana de Alamos, onde meu marido passou boa parte da infância, sempre fui inflexível em nunca entrar nessa economia da violência.

Como em Rhode Island não há postos fornecedores, como na Califórnia, o paciente precisa pedir uma licença para uso medicinal de maconha e então achar um jeito de obtê-la. Tivemos de improvisar até finalmente contatarmos um horticultor local graduado que concordou em fornecer maconha orgânica a nosso filho. Mas, em razão do degradado submundo do comércio de drogas ilegais, somado ao colapso econômico atual, até nosso plantador precisa ficar atento para não se expor a furtos.

Legalizar a maconha não só elimina o incentivo a essa economia subterrânea, como permite a regularização e tributação do produto, tal como o cigarro e o álcool. Potencial para abusos existe, como com qualquer substância, mas estudos toxicológicos não foram sequer capazes de estabelecer uma dosagem letal nos níveis típicos de consumo. De fato, em 1988, Young ainda disse: "Estima-se que um fumante teoricamente teria de consumir cerca de 680 kg de maconha em quase 15 minutos para induzir uma reação letal." E a maconha nem provoca dependência física, diferente do cafezinho do Starbucks, como pode atestar quem já sofreu de dores de cabeça por abstinência de café.

Apesar de demonizada por anos, não faz tanto tempo que a maconha é ilegal nos EUA. Ela foi criminalizada no nível federal em 1937, pelos esforços de um só homem, Harry Anslinger, comissário do recém-formado Birô de Narcóticos, e por meio de histórias sensacionalistas de assassinatos e violência supostamente cometidos sob o efeito da Canabis. A planta continuou relacionada na farmacopeia dos EUA até 1941 como droga nativa útil para tratar dores de cabeça e de dente, depressão e cólicas menstruais, e as empresas farmacêuticas trabalhavam para desenvolver variedades mais fortes.

Em 1938, um cético Fiorello Laguardia, prefeito de Nova York, nomeou um comitê para fazer o primeiro estudo em profundidade dos verdadeiros efeitos da maconha. Ele concluiu que, apesar das acaloradas alegações do governo, a maconha não causa insanidade nem age como porta de entrada de outras drogas. Tampouco encontrou razões científicas para sua criminalização. Em 1972, a comissão Shafer, do governo Nixon, concluiu que a Canabis devia ser legalizada de novo.

Ambas as recomendações foram ignoradas e desde então bilhões de dólares foram gastos para sustentar a proibição. O analista de políticas públicas Jon Gettman, autor do relatório Receitas perdidas e outros custos das leis antimaconha, de 2007, estimou o custo anual da repressão à maconha em US$ 10,7 bilhões.

Fiquei animada ao ouvir o recente apelo do governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, para que os EUA observem as experiências de outros países com a legalização da maconha e abram um debate. E, dadas as reais ameaças à segurança do país, foi prudente o anúncio do procurador-geral Eric H. Holder Jr. de que o governo federal não faria mais batidas contra fornecedores legais de maconha medicinal. A descriminalização é o próximo passo nessa lógica.

Feudalismo

por Marcelo Paiva, Seção: Crônica 12:55:02.
Em São Paulo, os aeroportos se chamam Guarulhos, Congonhas e Viracopos. No Rio, Santos Dumont e Galeão, que virou Tom Jobim. Em Minas, Pampulha e Confins.

Em Salvador? Aeroporto Deputado Luis Eduardo Magalhães, filho de ACM, não muito popular, mas querido entre seus pares, herdeiro de um legado e que morreu subitamente.

Para se chegar nele, é preciso pegar a Avenida Luis Eduardo Magalhães- onde está seu mausoléu, com o seu coração-, que passa pela Escola Luis Eduardo Magalhães. Não sei se estuda nela alguma criança nascida no município Luis Eduardo Magalhães, antigo povoado chamado Mimoso do Oeste, que mudou de nome em 2000.



Em São Luis do Maranhão, bem, aí não tem como escapar. As informações estão na net. Notícias sobre as maravilhas dessa cidade chegam pelo jornal O Estado do Maranhão, TV Mirante e Rádios Mirante AM e FM, todas de José Sarney. Se estiver no interior do Estado, sintonize numa das 35 emissoras de rádio ou 13 repetidoras da TV Mirante, de Sarney.

Se você vem do município José Sarney, entre em São Luis pela Ponte José Sarney, pegue a Avenida José Sarney e desembarque na Rodoviária Kiola Sarney.

Lá na capital as pessoas nascem na Maternidade Marly Sarney. Moram nas vilas Sarney, Sarney Filho, Kiola Sarney ou Roseana Sarney. Para estudar, há as opções: Escola Sarney Neto, Escola Roseana Sarney, Escola Fernando Sarney, Escola Marly Sarney e Escola José Sarney.

Pode-se ler um livro na Biblioteca José Sarney. Basta pegar um táxi no Posto de Saúde Marly Sarney.

Se alguém desconfiar da prestação de contas públicas, no Tribunal de Contas Roseana Murad Sarney encontrará os balanços.

Não aprovou o culto à personalidade? Pergunte na Sala de Imprensa Marly Sarney onde fica a Sala de Defensoria Pública Kiola Sarney, no Fórum José Sarney, emérito senador do Amapá.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

terça-feira, 7 de julho de 2009

Deixem o cara morrer....

Desde a Grécia antiga, o funeral é um direito sagrado. Enterrem o cara, por favor. Estou aflito com esse corpo morto pairando pelo ar.

Adalberto

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Michael Jackson's body will be brought to memorial service at Staples Arena in Los Angeles, source says.

*Get more from CNN International*

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Unha

Se eu lhe desse uma flor? Rosa
Se eu lhe fizesse uma jóia?
Se eu lhe cantasse mil trovas?
.
Teria o seu corpo?
Seria minha?
.
Se eu lhe desse
..........................meu suor?
..........................meu sêmem?
..........................minha saliva?
..........................minha unha?
Você teria meu corpo.
.
E eu?
Teria?

Orfeu

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Lula - inimputável?




Tenho algumas suposições.




Inimputável. Não possui discernimento dos próprios atos.




Ébrio habitual. Bêbado.




Na verdade, eu acho que ele tá pouco se fudendo mesmo.




O país em crise política. O presidente recebe os campeões da copa do brasil, pelo simples motivo de o seu time ter levado o caneco.




O país não é piada.




Adalberto

Namorei uma prostituta

Quando um homem sai com uma mulher e ela espera que ele pague o cinema, o jantar e o motel ela pode ser facilmente confundida com uma prostituta.

Imaginem uma mulher. Essa mulher aos olhos comuns seria taxada de prostituta. Ela tem uma gama de sujeitos, agradáveis, com quem ela adora sair para trepar. Ela adora trepar. E gosta ainda mais quando trepa com algum de seus eleitos.

Ela cobra por isso R$ 300. Sim, ela cobra. Eles não acham que seja um problema pagar. Ela gosta de trepar e cobra por isso. Eles chegam em seu apartamento. Trepam. Fumam um cigarro. Conversam. Tomam um whiskey. Pagam e depois vão embora.

Agora imaginem uma outra mulher. Ela acredita que o homem tem que ser cavalheiro. Ela gosta de trepar. Não sonha em namorar. Quer sair tranqüila, sem compromissos. Quando sai, ele paga o cinema, o jantar e o motel. São no mínimo uns R$ 400 numa noite para comer essa buceta de ouro.

Qual diferença entre essas duas mulheres?

Eu não vejo nenhum problema em nenhuma das situações, prefiria que o dinheiro não estivesse nunca envolvido com sexo, qualquer coisa menos com sexo, mas também está.

Durante uns meses eu namorei uma prostituta.

Ela já não gostava mais de mim. Me namorava, pois seus pais estavam desempregados e eu pagava as suas contas.

E digo que ela era uma prostituta, pois ela não gostava de trepar. Essa é a diferença fundamental.

Além de não gostar de trepar, sempre que podia me magoava, sem motivo algum. Eu demorei para perceber isso. Mas imagino que seja bem normal.

Muitos já devem ter namorado uma prostituta, nem que seja por apenas algumas noites.

Orfeu

Meu pai tirou o bigode há algum tempo

Ontem fui assistir a peça Caminhos pela segunda vez. Fantástica.

Na primeira vez que assisti, imaginei falar um texto no final da peça sobre sonhos, já que nela os atores criam textos existenciais e sensoriais cujas vozes se confundem, permeiam. Naquela vez, não consegui, pois o silêncio ao final da peça foi maior do que eu tinha a dizer, quando a atriz dizia: vocês vão continuar aqui, vivendo e respirando, por algum tempo permanecerão.

Entretanto, ontem foi diferente. Após discussões com todos os provocadores sobre a situação atual eu refleti muito sobre a questão do bigode (concordo plenamente com o Eliseo, o importante é discutir a instituição, os atos secretos, mas infelizmente nisso nem o MPF quer falar, logo podemos utilizar o Sarney de forma emblemática, apesar desse movimento ser completamente impregnado do que tem de mais sujo no jogo político).

Dessa reflexão surgiu um texto, que criei durante a peça de teatro, sim, pode parecer loucura, mas tenho testemunhas. No final da peça, quando o silêncio chegou, eu achei que tinha algo mais importante para falar. Eu levantei e andei pelo teatro interpretando um texto parecido com o de abaixo. A platéia concordou. Segue o texto:

"Meu pai usava bigode. Loiro. Como a gema de um ovo. Só que mais claro. Durante muito tempo O bigode. Algo que começou na época da faculdade.

Quando nasci seu bigode era bem aparado. Lindo. Eu adorava o bigode loiro do meu pai. Como toda criança, brincava de fazer barba na frente do espelho, para imitar meu pai, mas nunca tirava o bigode.

Ele aparava, cortava com uma tesourinha o bigode. Utilizava seu pente para pentear o bigode. Ele sempre carregava seu pente consigo.

Lembra mãe, quando vocês casaram? O bigode do pai chegava até o queixo. Muito estranho. Com o cabelo cumprido ele parecia um hippie e ainda morava nos Estados Unidos. Meu pai não era hippie, era engenheiro, era apenas o seu bigode.

Ele até era chamado de "bigode", por poucos, é verdade, mas chamavam. O meu pai não era um bigode. Era o bigode.

Há uns cinco anos, meu pai teve que tirar seu bigode. Teve um problema de pele que o fez raspar o bigode. Fiquei assustado no começo. Triste. Depois percebi que meu pai era o bigode, mesmo sem ele. Tranqüilizei-me.

Durante todo o período que meu pai usou bigode, outro bigode aparecia por ai. Um bigode escroto, sujo, nojento e pesado. Uma contraposição, uma ofensa ao bigode, quer dizer, ao meu pai.

Esse bigode está debaixo de nossos narizes desde 1955. Ele está lá. De forma obscena, sufoca nossos narizes.

Por tudo que meu pai me ensinou, como ser um bigode, que eu sinto uma vontade incontrolável de arrancar, com as minhas próprias mãos, aquele bigode do Senado."

Adalberto

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Tira o bigode do Senado!

Segundo notícia da UOL, o Sarney não gostaria de pedir licença da presidência.

Ou fica, ou renuncia.

Renuncia, não apenas a presidência. Vamos tirar o bigode do Senado!!

Medida salutar e exemplificativa. Ele não deve terminar o seu mandato, assim como o ACM.

A bibliografia do Sarney o impede de terminar seu mandato no Senado.

Tira o bigode do Senado!

Adalberto

Tira o bigode! Abaixo a ditadura do bigode! Fora Sarney!







Precisamos tirar o bigode. Não podemos morrer sufocado pelo bigode que cresce de forma obscena sob os nossos narizes.

Tirem o bigode!

Adalberto

Tira o bigode

Fora o bigode.
Tirem o bigode.
Aparem, cortem, podem o bigode.

Morra
Sangre
Chore
.....Fora Sarney

Adalberto

Angeli

Em dobro, ressaca em dobro



A terça em dobro do São Cristóvão é uma instituição, um rito. Devota-se, entorna-se em respeito ao cremoso leite derramado à beira da choppeira.

Entretanto, ontem, fui surpreendido. Uma nova experiência.

Usualmente, o conceito em dobro, simplesmente, garantia que a cada dois chopps tomados, apenas um seria cobrado. Justo. Honestíssimo. Em plena terça-feira, a semana morta. Natimorta.

Subverteram o sistema. Não basta o direito ao chopp em dobro. Os garçons, agora, garantem que você tome efetivamente em dobro.

Sempre dois copos. O primeiro veio sozinho, mas em seguida, todos os copos chegaram enquanto metade do outro chopp permanecia em descanso.

Em dobro também a ressaca, que será curada com outro chopp hoje, sem dobrar a conta, pois o final de semana é de FLIP e muita cachaça em Paraty.



Adalberto