quinta-feira, 30 de abril de 2009

Parado em mim. Dentro

Tu, não te moves de ti, não é mesmo, Hilda? Como poderia abandonar essa carne que me acompanha a tanto. Esse peso ignóbil que carrego, essa forma, esse odores que me impregnam e me-conso-me de dentro para fora. Eu me-encerro em si mesmo. Você se-encerra, parado, dentro de si.

Somente, só a mente, perdão, humana poderia vislumbrar, imaginar, imaginação, algo belo como a justiça entre os homens, como um musical. Um bom musical, com um número de sapateado.

Sem parâmetros, quer dizer, como só podemos ser parâmetros de nos mesmos, impossível haver justiça, existir o ser justo que sabe conceder aquilo que compete a cada um.

Além, impossível haver democracia, poder do povo, ainda mais representativa. Governa o poder, não o povo. Se os poderes governam, governam para si, para seus interesses e não para o povo.

O que esperar do ser que não governa para si próprio. Seria inumano, fora de si aquele que governasse suas atitudes sem pensar em si, próprio, dentro, parado, não é mesmo, Thrasymachus?

Adalberto Pereira

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