segunda-feira, 16 de março de 2009

Mão

Nem por prazer. Muito menos pela conquista. Se fosse pelo prazer bastaria acariciar minha rola, forte, pressionando, leve, com a ponta dos dedos, intenso, com a mão, só na cabeça, na base, forte, forte. Não. Não é pelo prazer.

Se fosse pela conquista poderia reconquistar a mesma mulher todas os dias. Todas as noites. As noites. As mulheres. Não é pela conquista.

Quero. Quero. Nem por prazer. Muito menos pela conquista. Encontro. Encotrado. Colidido. Não descola os lábios. Não tivemos uma palavra dita. Pode, não. Empurra. Não digo. Encosto. Colido. Quero. Quero. Nem por prazer. Muito menos pela conquista.

Quero. Quero. Despir sua pele. Não pelo prazer nem pela conquista. Saio a procura de mais uma vítima. Meus sentidos estão sensíveis. Pré-sinto. Sua pele em meu quadril, seus olhos, suas veias do pescoço saltadas, o seu ouvido. O seu ouvido será mordido, invadido por palavras, vís, baixas.

É pela vontade. O prazer de sentir prazer em despí-la. Um prazer que não é prazer, o prazer do prazer. Despí-la a alma, despí-la a intimidade.

Orfeu Bandeira

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