sexta-feira, 31 de julho de 2009

A barba e o bigode

"Não é problema meu. Não votei no Sarney para ser presidente do Senado nem votei para ele ser senador no Maranhão"

Lula

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Sim, o Sr. não votou, é óbvio. Seu título de eleitor confere o direito de votar no Senador do Estado de São Paulo.

Além disso, apesar de imaginar governar o Brasil inteiro, ainda temos separeções no poder. Logo, você não poderia eleger o presidente do Senado, apesar que você elege os juízes do STF, responsáveis por julgá-lo em caso de deslizes, e do STJ.

Aliás, Sr. Presidente, ele foi eleito pelo Amápa. Não finja que é burro, sabemos, você não é. Apenas finge desconhecer o podre que o cerca, mas não adianta limpar as mãos, esse cheiro de merda não sai.

Não precisa se defender. A culpa não é sua de o Sarney ser Senador, você não poderia votar nele, como já disse, o que nem precisaria ser dito.

Entretanto, a culpa é sua dele continuar a disputar eleições e cargos tão importantes. Todos os políticos são responsáveis pela crise institucional que temos.

Todos. Sim, pois vocês são muito corporativistas e criaram uma "classe política" que existe de forma completamente segregada da população. Todos são responsáveis. Isso ficou claro nos últimos escândalos na Câmara e no Senado. Governam para si.

E você participa disso. Participa, pois o Sarney foi escolhido para ser o ponto de equilíbrio para o lançamento da candidatura da Dilma e a aliança do PT com o PMDB nas eleições de 2010.

Enfim, após dizer o óbvio, vamos adentrar no trecho mais perverso da frase. Com demagogia. Na tentativa de ressaltar a democracia, os políticos sempre se defendem com as urnas.

"Não, o povo terá o poder de decidir nas urnas, para que aqueles que erraram não possam voltar ao poder." (frase recorrente de um político pilantra qualquer, qualquer um mesmo, sem referência)

Tá. Sei. Me engana. O discurso do plesbicito. O discurso das urnas. Quando estamos diante de uma crise institucional como essa, esse discurso pode ser um sinal de demagogia, autoritarismo e personificação.

Falam das urnas, pois os políticos têm a certeza de que vão sair vitoriosos dela. De alguma forma vão conseguir o que eles querem com a "legitimidade" das urnas.

Até o mais estúpido sabe disso. Até o porra escroto do Hitler aprendeu isso (tentou dar um golpe, não conseguiu, foi preso e depois chegou ao poder como? Nas urnas), sabe que as urnas nem sempre são democráticas (a maioria é burra, Nelson Rodrigues).

O voto é apenas uma parte da democracia. Outra parte importantíssima na democracia são as instituições! Que vocês políticos botaram na lata do lixo!

Por isso, ao invés de falarmos das urnas, vamos falar em reforma política. Quando a reforma política vai sair?

As últimas propostas de alterações visam justamente o contrário, manter a classe política no poder, segregada da população e jogada na lama da corrupção.

Assim, os políticos brasileiros permanecerão mamando nervosamente na teta do estado, bulinando obscenamente a teta do estado, enquanto fazem dircusos maravilhosos sobre os princípios democráticos, como fez hoje o Sarney na Folha.

Adalberto

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