sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Eliseo

Não consigo sentir nada.
Trabalho por inércia
e porque é a única coisa que se importa apenas com resultados,
não importa se eu estou um lixo,
se morri após a entrega,
o importante é a papelada,
na mesa do chefe, até o fim da tarde.
Penso todo dia, vou ser demitido,
apesar disso ser absurdo,
mesmo com resultados pífios,
isto é absurdo.
Eu não ligo para nada,
nem para o nó da gravata que continua apertado,
e eu já estou de pijama...
Eu já fugi da família, do futebol
e de qualquer prazer.
Sexo, para mim?
Eu ainda não consigo definir,
se é por hábito, ou auto-afirmação,
só sei que não é mais por tesão.

Adalberto Pereira

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