segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

PMDB

Após a ditadura militar todos os partidos políticos de oposição àquele regime opressor assumiram a Presidência da República (ideia de Eduardo Gianetti). Discussões de programas a parte, entendo que nenhum desses mandatos conseguiu sanar os problemas brasileiros tão conhecidos, tais como: diferença social, desemprego, caos tributário, corrupção, confusão patrimonial entre público e privado, ineficiência estatal, burocracia e etc.

Esses são problemas que foram pouco atacados pelos partidos que assumiram a Presidência. Pode-se dizer que o único feito histórico foi a estabilidade econômica que começou no Governo Itamar, passou por turbulências no segundo mandato do Fernando Henrique e foi se concretizar apenas em ambos mandatos do Governo Lula.

Do ponto de vista social, nem mesmo o Governo Lula é digno de nota. Foram medidas paternalistas, um combate ao desempregado calcado em benefícios fiscais e em setores pontuais, tais como infra-estrutura, construção civil e indústria automobilística (e depois a gente que se vire com o tránsito de São Paulo). As medidas não conseguirão melhorar o nível de educação e a qualidade e eficiência da produção brasileira.

Após todos os acontecimentos mencionados acima, e muitos outros, o PMDB reassume o poder. Desde 1991 que o partido não presidia as duas casas do congresso, logo após o fim do governo de Sarney pelo PMDB (1985-1990). Além disso, o partido ficou afastado do poder durante os mandatos de Fernando Henrique, quando o partido que mamava nas tetas do Estado era o PFL.

O PMDB soube esperar e foi paciente na transição do PSDB para o PT. Enquanto a saída do Governo do PSDB e PFL foi imediata. A entrada do PMDB nos quadros Governistas aconteceu de forma gradual até chegarem, a dois anos das eleições presidencias, à presidência das casas do congresso como o fiel da balança para as disputas eleitorais que acontecerão no ano que vem.

O PMDB agora assiste de camarote, Dilma, Lula, Serra e Aécio se debaterem sobre a próxima eleição presindencial. Flerta com todos e não assumirá compromisso com ninguém, apenas com o poder...

E dessa maneira, o Brasil, país de um futuro que nunca chegará, altera para continuar o mesmo, ou melhor, com os mesmos. Políticos que governam desde a época da ditadura, quando não reecarnados nas figuras de Filhos, Netos e apadrinhados (quem sabe, ao invés da pena capital, a solução seja a esterilização dos políticos).

Esse legado, essa tradição nunca foi rompida por nenhum dos governos que passou pelo executivo após a distadura. Muito pelo contrário, em muitos momentos, notamos uma exacerbação dessa predileção pela profissionalização da política e prática do caixa dois. O PMDB, PSDB e PT entregam o país de volta à população com seguinte recado. Abusamos de toda forma desse poder e não temos nada para oferecer em troca.

Por fim, resta nos indagarmos, como o Presidente Lula, com 85% de aprovação do mandato, completamente descolado de seu partido, irá se comportar no próximo pleito. Teremos um terceiro mandato? A monarquia voltará ao país? A ditadura de um proletariado? Acho difícil que qualquer uma dessas situações aconteça, mas é muito provocativo um presidente em um regime democrático, partidário, possuir índices de aprovação tão expressivos, enquanto o seu partido perde força ano após ano, após o ápice que foi a sua eleição como presidente.

Adalberto Pereira

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