quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Político bom é político morto

Nas escolas, nas ruas, campos, construções, está na boca do povo. Que absurdo! Absurdo pela frase absurda? Não, absurdo pela frase absurda estar na boca do povo.


No período pós-ditadura, a primeira sensação de democracia real que experimentamos foi após a eleição do FHC. Mudanças viriam, era um partido de esquerda assumindo um país pós ditadura e Collor. E tudo parecia mesmo uma maravilha. A classe média visitou a Europa e os EUA como nunca. No fim, pareceu tudo uma ilusão. Ilusão que veio seguida de um sonho, uma esperança que, finalmente, vencera o medo.


Aconteceu o pior. Aqueles que colocavam medo por pregarem revoluções no passado, eram mais do mesmo, envolvidos num escândalo de corrupção até hoje sem grandes explicações. Por que não há explicação? Porque os que se diziam amedrontados, e até fizeram força para derrubar o governo, estavam atolados até o pescoço com a merda da corrupção. Foi só isso ser citado que... Mensalão?


Político bom é político morto.


Vivemos atualmente um período em que o presidente da República, figura especial, diferenciada, tem um respaldo populacional praticamente unânime. Segundo pesquisa CNT/Sensus, divulgada no último dia 3, Lula tem avaliação positiva de 84% dos brasileiros. Apenas 12,2% não gostam do líder nordestino / trabalhador / ignorante / sindicalista / corintiano / barbudo / cachaceiro. Deve ser gente que não se identifica com nenhuma dessas características. No Brasil, são poucos mesmo.


Lula, figura especial, diferenciada, é um caso à parte no país dos “coroné”. O Congresso Nacional está cheio de gente que a gente, e a nossa gente, nem mesmo sabe o nome. Nem sabe o que fazem lá, em Brasília, capital afastada minimamente mil quilômetros das principais cidades do país. Não é surpresa, então, um Sarney ou um Temer pela 3ª vez nas presidências do Senado e da Câmara.


Político bom é político morto.


Ontem, na Folha de S. Paulo, Janio de Freitas lembra que antes do Golpe de 64, a imprensa fazia a cobertura das sessões diárias (!!!) nas casas legislativas. Acho que esse tipo de coisa não vende jornal, não gera audiência. Quem quer ver esses caras na TV, na hora do jantar, depois de um dia cansativo de trabalho? Ou perder tempo lendo sobre esses Magalhães, Calheiros, Canalhas...


Político bom é político morto.



Chocam, e nos fazem querer acompanhar, pelo absurdo, histórias como a do deputado Edmar Moreira, do DEM/MG. O cara é tão cara de pau que declara R$ 17,5 mil, e coloca à venda um Castelo (veja bem, um castelo!) de R$ 25 milhões.



Ou então o caso do ex-governador mineiro, Newton Cardoso, do PMDB, que não quis dividir uma fortuna estimada em até 3 bilhões de reais com a esposa, e Deputada Federal, Maria Lucia Cardoso, também do PMDB. Newtão declara um valor 200 vezes menor à Receita. Uma trepada num hotel de luxo, em Londres, com direito a morangos e champagne (pelo menos no nosso imaginário) para a suposta amante. A esposa cansou de ser traída. Se fosse no Ibis, em BH...


Pena capital aos corruptos, aos corruptos!


Afinal, político bom é político morto.


João Santos

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